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Tânia Vicentini, mãe da estudante paranaense Carla Vicentini, 22 anos, desaparecida há 77 diasnos Estados Unidos, será recebida nesta quarta-feira (26) pelo ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, em Brasília.

A audiência está marcada para as 17h30 e reúne, além de Tânia, o deputado federal paranaense Hermes Parcianello (PMDB), que solicitou o encontro, o agente do FBI Daniel Clegg e o senador Marcelo Crivella (PL-RJ), que nos últimos dias tem se mostrado bastante interessado no caso.

"A presença do Crivella será importante porque ele já esteve envolvido na questão de imigração nos Estados Unidos e tem maior acesso às autoridades americanas", acredita Tânia. A pauta do encontro, claro, será o desaparecimento da estudante paranaense.

Carla Vicentini foi vista pela última vez em 09 de fevereiro saindo do Adega Bar em Newark, no estado americano de New Jersey e desde essa data está sumida. A estudante saiu de Goioerê, na região Centro-Oeste do estado, no mês de janeiro para fazer um intercâmbio.

Antes de embarcar para a capital federal, Tânia contou que está levando um grande material composto por fotos, anotações e reportagens sobre o desaparecimento da filha, que foram publicadas em jornais, principalmente do Paraná e do exterior, que estão acompanhando o caso.

Mais empenho

Tânia vai aproveitar a audiência com o ministro para pedir mais empenho das autoridades brasileiras no caso. "Já são quase três meses sem informações da Carla. Durante este tempo recebi bastante ajuda do povo brasileiro e de vocês da imprensa, mas das autoridades somente promessas. Vou pedir um socorro ao ministro para que a investigação caminhe mais rápida. Até hoje as autoridades do Brasil não tiveram uma manifestação de ajuda", desabafa.

Sobre as investigações, quem deve contribuir bastante com informações é o agente do FBI Daniel Clegg, que foi chamado para a audiência na noite desta terça-feira. Por telefone, Clegg contou à reportagem que a iniciativa da família de "pedir socorro" às autoridades brasileiras, em especial a do ministro, é uma ótima forma de fazer com que a polícia americana fique em cima do caso. Mas, segundo o agente, "infelizmente" da audiência não irá sair nenhuma grande pista do caso. "A polícia de Newark, o FBI e a própria Polícia Federal estão investigando muito, mas até o momento não sabemos o que aconteceu com a Carla", resumiu.

Investigações

Perguntado sobre o andamento das investigações e se existe algum suspeito, Clegg foi curto e enigmático. "Não temos um suspeito, temos sim pessoas interessantes que estamos ouvindo". Dentre essas "pessoas interessantes" estão a estudante de Brasília, Maria Eduarda Ribeiro (a Duda) que dividia o apartamento com Carla, e o empresário francês José Fernandes – dono do apartamento, e que estava em Newark no dia do desaparecimento da estudante. "São as duas pessoas que teoricamente tiveram mais contato com a Carla antes do desaparecimento. Mas até agora não temos nenhum suspeito", completou Clegg.

Para Tânia, uma maneira de encontrar pistas do paradeiro de Carla seria a contratação de um advogado americano para cuidar única e exclusivamente do caso – promessa esta feita pelo Consulado do Brasil em Nova Iorque ao deputado paranaense durante viagem aos EUA. "Eles (consulado) prometeram para o Hermes que iriam contratar, mas até agora eles acham que é prematuro", diz indignada.

Esperança

A esperança de Tânia e de toda família Vicentini é conseguir alguma pista que leve ao paradeiro de Carla. "Eu tenho certeza que minha filha está viva. Ela está sendo mantida presa", diz a mãe emocionada. No sábado (29) Carla faz aniversário, completa 23 anos. "Eu peço a Deus que eu consiga até lá (sábado) ter alguma notícia dela. Mas o melhor presente para mim seria comemorar o aniversário dela aqui com a família", conclui a mãe esperançosa.

Tânia saiu de Goioerê por volta de 19h de terça-feira. Acompanhada do marido, Orlando Vicentini, a mãe de Carla foi para Maringá, Noroeste do estado, de carro e só nesta manhã, às 6h25, ela embarcaria para Brasília. O vôo de volta estava marcado para as 18h40 da tarde desta quarta-feira, mas como a audiência foi transferida de 11h30 para 17h30, o embarque seria remarcado para o fim desta noite ou para a manhã de quinta-feira.

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