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Veja imagens do protesto na reportagem do Jornal Nacional

Ao menos cinco ônibus foram incendiados durante uma manifestação realizada na favela de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo, na noite desta terça-feira (1°). Outros três carros foram queimados.

Esta é a segunda noite de protestos por causa da morte de uma jovem ocorrida na segunda-feira (31). A manifestação teria sido convocada durante o dia com a distribuição de panfletos. Os moradores que participassem seriam recompensados com uma cesta básica. O tumulto começou por volta das 18h.

Agentes da Tropa de Choque e da Força Tática da Polícia Militar usaram bombas de gás e balas de borracha para tentar dispersar os manifestantes. Pedras, garrafas e outros objetos foram arremessados contra os policiais. Até por volta das 20h, no Hospital de Heliópolis, funcionários confirmaram que um policial militar foi atendido com ferimentos.

Morte da jovem

Uma testemunha afirma que não houve tiroteio durante a ação que matou uma adolescente de 17 anos na favela de Heliópolis, na Zona Sul de São Paulo, na noite desta segunda-feira (31). Guardas-civis de São Caetano do Sul, no ABC, perseguiam supostos assaltantes e a corporação afirma que houve troca de tiros dentro da favela.

"O GCM (guarda-civil Municipal) começou a atirar. Foram cinco ou seis disparos. Ele veio em minha direção, perguntou o nome da rua, puxou o rádio, depois desceu nervoso, tremendo, com arma da mão", conta a testemunha. De acordo com ela, o tiro que feriu Ana Cristina no pescoço partiu do guarda.

Nos últimos três meses, este é o quinto caso em que pessoas são atingidas por balas perdidas na capital paulista. A jovem tinha uma filha de quase dois anos e voltava da escola quando foi baleada. As armas dos guardas foram apreendidas e eles foram afastados de suas funções.

No protesto que começou por volta de 18h desta terça, os manifestantes escreveram no asfalto a palavra Justiça. Com paus e carros incendiados, os moradores interditaram as ruas de Heliópolis. Cenas parecidas com as de segunda à noite.

Ana Cristina morava com a mãe e a filha em um alojamento provisório dentro da favela e fazia supletivo em uma escola pública. O caso, registrado na delegacia como homicídio, foi o desfecho de uma perseguição que começou a poucos quilômetros da favela, na cidade vizinha de São Caetano do Sul.

Guardas-civis de São Caetano perseguiam um carro roubado. Os guardas atiraram nos pneus e bateram na traseira do veículo. O ladrão que dirigia perdeu o controle e se chocou com outro carro. Os guardas contam que ouviram disparos e atiraram contra dois homens que fugiam correndo pela favela. Só depois, perceberam que Ana Cristina tinha sido atingida.

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