Cornélio Procópio O corpo do assaltante Marcelo Borelli foi enterrado ontem pela manhã, em Cornélio Procópio, no Norte do Paraná. Ele morreu na quinta-feira, aos 38 anos, no Complexo Médico-Penal (CMP) de Pinhais (região metropolitana de Curitiba-RMC), em conseqüência da aids, contraída em 2001, num presídio de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O corpo foi velado por poucas horas no velório municipal da cidade. O enterro, no Cemitério da Saudade, foi acompanhado por dezenas de pessoas, a maioria curiosos, que conheciam o assaltante apenas pelos noticiários da TV ou pelos jornais.
Borelli era filho de uma tradicional família de comerciantes de Cornélio Procópio, onde viveu até o fim da adolescência, quando começou a se envolver com o crime. "Primeiro foram pequenos furtos para comprar drogas, mas depois ele foi embora e nunca ninguém mais se ouviu falar dele", conta o funcionário público Ataíde Cuqui, amigo da família.
Preso e condenado a 160 anos de prisão, Borelli ficou conhecido como assaltante de aviões. Participou do roubo de 61 quilos de ouro de uma aeronave em Brasília (DF), em julho de 2000, e um mês depois seqüestrou um avião da Vasp, em Foz do Iguaçu, roubando malotes bancários com cerca de R$ 5,5 milhões. O criminoso ainda participou de assaltos a carros-fortes e bancos, mas ficou conhecido nacionalmente ao aparecer em um vídeo torturando uma menina de 3 anos, filha de um de seus comparsas. O crime ocorreu em outubro de 2001, em São José dos Pinhais (RMC), e chocou o país.
Borelli foi transferido para o CMP no mês passado. Antes, ele havia cumprido pena durante quase um ano na Penitenciária Estadual de Londrina (PEL). Foi justamente por se recusar a tomar a medicação indicada para o tratamento da aids que Marcelo foi transferido para Pinhais. "Ele estava muito fraco. Às vezes comia, às vezes tomava o remédio", disse o coordenador do Departamento Penitenciário do Paraná, Honório Bortoline.



