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Mobilização

Marcha das Vadias reúne 1,5 mil em Curitiba

Organizadores estimam em 3 mil o número de participantes. Proposta é chamar atenção à violência contra as mulheres

Cartazes pedem fim da opressão e o machismo, com mais atenção aos direitos das mulheres | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Cartazes pedem fim da opressão e o machismo, com mais atenção aos direitos das mulheres (Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo)

A Marcha das Vadias reuniu 1,5 mil manifestantes no centro de Curitiba neste sábado, segundo contagem da Polícia Militar. Foram 3 mil, segundo os organizadores. A concentração começou por volta das 11 horas na Praça 19 de Dezembro, a Praça do Homem Nu – chamada pelos organizadores da manifestação de Praça da Mulher Nua. A maior parte era formada por mulheres, mas havia homens e crianças no local. A Guarda Municipal fez o monitoramento com câmeras ao longo do trajeto da marcha.

O primeiro ato foi iniciado pouco depois das 12 horas, na própria praça. Em seguida, o público iniciou a marcha passando pelo Paço Municipal, terminando na Boca Maldita, por volta das 14 horas. Um caminhão de som foi utilizado e várias pessoas produziram cartazes contra a opressão e o machismo, pedindo mais atenção às mulheres. Alguns manifestantes estavam com o corpo à mostra, com inscrições na própria pele.

O evento busca chamar a atenção da sociedade para as causas do movimento feminista, como a igualdade de gêneros e o fim da violência sexual contra mulheres.

Opiniões

Uma das organizadoras do evento, Máira Nunes, professora de História, diz que a marcha é motivada, em parte, pelo alto número de casos de violência contra mulher no país. "Eles reforçam que o poder público tem sido incapaz de gerar políticas que combatam a violência contra a mulher. Partimos do feminismo interseccional para debater o patriarcado, o machismo, racismo, classismo, homofobia, lesbofobia e transfobia, e dizer: ‘Não nos calaremos’."

Janaína Guimarães da Silva, 20 anos, participou da marcha pela segunda vez. Foi acompanhada da amiga Gioannini Daroscfi Lara da Paz, 19, usando um véu e carregando um cartaz. "Estamos aqui para lutar contra a violência contra a mulher. Vi uma garota usando véu em uma manifestação de outro país e achei legal. Não importa a roupa que você esteja vestindo, as mulheres são estupradas usando calça, shorts ou véu".

Ao lado dos colegas da turma de Direito da Universidade Federal do Paraná, o estudante Pedro de Perdigão Lana, 20 anos, disse que é importante que os homens apoiem o movimento feminista contra o machismo. "Nossa sociedade ainda é muito machista, e as mulheres precisam de mais políticas públicas voltadas a elas".

A marcha surgiu em 2011, no Canadá, depois que um policial disse que para as mulheres não serem violentadas, deveriam parar de se vestir como vadias.

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