Uma briga de casal terminou em tragédia na madrugada desta quarta-feira (3), em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba. Por volta das 4 horas, um homem esfaqueou a esposa e ateou fogo na própria casa depois de uma briga com ela. O homem foi preso e a mulher não corre risco de morrer.
A residência de madeira onde o casal vivia como inquilino foi totalmente destruída pelo fogo. A casa do proprietário, que fica no mesmo terreno, foi parcialmente queimada, segundo a Polícia Militar.
O casal começou a brigar por causa de dinheiro, conforme o delegado Wilciomar Voltaire, da Delegacia de Quatro Barras. O suspeito, que trabalha como vendedor de queijos, disse à polícia que queria comprar um caminhão para ajudar nas vendas, mas que a mulher estava gastando muito o dinheiro dele.
O marido feriu a mulher com alguns golpes de faca. Ela foi levada para o Hospital Angelina Caron, onde permanece internada, mas não corre risco de morte, conforme informação levantada pela polícia.
Depois de incendiar a casa, o homem ainda se feriu com a faca para, possivelmente, simular que tinha sido agredido pela mulher, contou Voltaire. O ferimento dele foi superficial e ele fugiu a pé. Próximo à delegacia, porém, ele jogou a faca na rua e foi preso. Na tarde desta quarta-feira, ele foi transferido para a carceragem da Delegacia de Campina Grande do Sul, onde permanece à disposição da Justiça.
Violência contra a mulher
No início deste ano, a Gazeta do Povo mostrou que a Delegacia da Mulher tinha em aberto mais de 7,3 mil inquéritos de violência contra a mulher. Segundo a delegada Maritza Haisi, a cada dois meses, 200 novos procedimentos são instaurados pela delegacia especializada, que só tem condições de atender a um terço desta demanda.
Segundo a delegada, na maioria esmagadora dos casos, os agressores são pessoas próximas das mulheres vítimas de violência. Para especialistas, as mulheres precisam estar atentas a "sinais" dados por aqueles que podem vir a se tornar seus algozes.
A psicóloga Evalnete Rodrigues, que trabalha no Centro de Referência e Atendimento à Mulher, em Curitiba, explicou que quase todos os casos que terminam em morte ou agressões graves se inicia com ameaças e atitudes que visam a anular a autonomia da mulher, como crises exageradas de ciúmes, xingamentos e o desejo de controlar o que ela veste, com quem fala e aonde vai.
Casos
No último domingo, um homem teve 60% do corpo queimado depois de brigar com a mulher dele. Ele colocou querosene na própria roupa e disse que se ela não o amava, que o matasse, de acordo com a polícia. A mulher foi presa e disse que foi um acidente, porque ela estava fumando e o homem se aproximou dela.
Inconformado com a separação, um homem de 35 anos matou a ex-mulher, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, com um golpe de faca, no dia 20 de setembro. Após cometer o crime, ele telefonou para a irmã dele, pedindo que ela fosse buscar a filha do casal, de três anos, e se matou em seguida.
No fim do ano passado, um caso drástico de violência doméstica ganhou repercussão em Curitiba. O empresário Veríssimo Canalli Fiúza, 31 anos, conhecido sócio de uma casa noturna em Curitiba, cometeu suicídio após espancar e assassinar a própria namorada. Os corpos do casal foram encontrados pela polícia no quarto de Fiúza em uma casa de luxo no bairro Cajuru. Funcionária de uma multinacional, Elizabeth Cristina Pereira, 25 anos, mantinha um relacionamento com o empresário havia mais de um ano. Segundo a polícia, o ciúme doentio do empresário motivou o crime.



