
Maringá - A Guarda Municipal de Maringá será a segunda do estado a usar armas elétricas no patrulhamento. Na tarde de ontem, a empresa gaúcha que vende o produto no Brasil apresentou o funcionamento do equipamento às autoridades da cidade. O investimento na compra de 30 unidades será de aproximadamente R$ 180 mil. O efetivo da corporação é de 295 agentes, mas apenas 27 deles são patrulheiros, e são eles que utilizarão o equipamento.
As armas do fabricante Taser, dos EUA, são um dispositivo de segurança não-letal que imobiliza os suspeitos abordados, sem que seja necessário o uso de armas de fogo. Ela dispara uma descarga elétrica que facilita a abordagem ou colocação de algemas.
A experiência em São José dos Pinhais, única cidade do estado que já usa a Taser, teve início em abril de 2008, e durante esses onze meses os agentes da Guarda Municipal utilizaram o equipamento em apenas seis oportunidades, afirmou Marcelo Jugend, secretário de Segurança pública no município. "Sempre obtivemos sucesso no uso da Taser e nenhum atingido apresentou sequela", garante. Segundo ele, a prefeitura tem planos para ampliação do programa.
Jugend lembra que a utilização do dispositivo de segurança deve seguir alguns critérios. O principal deles é quando existe algum conflito durante uma abordagem e o patrulheiro corra algum risco. "É preciso ser ético, pois o uso indiscriminado pode ferir os direitos humanos", explica.
A Guarda Municipal de São José dos Pinhais adquiriu onze unidades da Taser. Nove dos agentes são treinados para utilizá-las, mas isso não significa que os guardas deixaram de portar armas de fogo.
Segundo Marcelo Bordin, pesquisador do Centro de Estudos em Segurança Pública e Direitos Humanos da Universidade Federal do Paraná, a polícia brasileira, no geral, não costuma usar métodos não-violentos durante as abordagens e isso pode fazer com que as armas elétricas sejam usadas de forma indiscriminada. "Com altos índices de letalidade [nos confrontos] essa talvez não seja a melhor opção, mas é uma alternativa", disse.
A arma permite identificar e responsabilizar o guarda que fez algum uso indevido, pois contém memória interna que registra a hora e a duração da descarga.
Cerca de 800 armas Taser foram adquiridas no Brasil, apenas em 2008. Apenas órgãos governamentais, de segurança pública e guardas municipais podem comprar o equipamento. Seu uso representa uma redução de 80% no uso de armas de fogo convencionais.



