O atendimento médico dos servidores estaduais do Noroeste do Paraná, atualmente suspenso, poderá ser dividido entre quatro hospitais da região de Maringá. A possibilidade foi discutida na tarde desta sexta-feira (19) em uma reunião entre servidores, hospitais e o governo estadual. Se implantando, o sistema será uma novidade no estado.
A ideia é dividir o atendimento dos 44 mil usuários entre um hospital de Maringá (Santa Casa), um de Sarandi (Metropolitano), um de Arapongas e outro de Paranavaí. Representantes das quatro entidades participaram da reunião e se mostraram favoráveis à ideia. O Hospital Santa Rita, pivô da crise que culminou na suspensão do serviço, não foi convidado.
O governo estadual - que foi representado por Eduardo Mischiatti, diretor do Departamento de Assistência à Saúde (DAS), da Secretaria da Administração e da Previdência (Seap) - se comprometeu a fazer uma análise jurídica da ideia. Caso seja viável, ela pode ser implantada já no início do próximo mês.
O contrato seria estabelecido com um dos quatro hospitais, que então firmaria subcontratos com os demais. A vantagem do sistema é, além de levar o atendimento a cidades vizinhas, não sobrecarregar uma única empresa. "Com exceção do Santa Rita, ninguém em Maringá tem estrutura para absorver essa demanda de 44 mil pessoas", diz o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino de Maringá (Sinteemar), Éder Rossato.
O contrato teria duração de três a seis meses, período necessário para o governo estadual elaborar e concluir uma nova licitação. Metade dos servidores, cerca de 22 mil, está em Maringá. O restante se divide entre os demais municípios da região. Até o ano passado, quando o atendimento era feito pelo Santa Rita, havia unidades em Loanda e Paranavaí.
O atendimento foi interrompido pelo Santa Rita no início da semana, o que provocou revolta entre os funcionários públicos.
Entenda o caso
O Hospital Santa Rita prestava atendimento aos 44 mil servidores estaduais da região de Maringá desde 2005, quando venceu uma licitação. Em janeiro deste ano o contrato terminou, o que obrigou o governo estadual a fazer uma nova licitação. Dois pregões fracassaram, por falta de interessados. O Santa Rita, por exemplo, não participou alegando que o valor pago por cada beneficiário atendido, de R$ 21,10, era insuficiente para cobrir as despesas - o montante deveria estar na casa de R$ 30.
O governo, então, decidiu firmar um contrato temporário, com duração de seis meses, até que uma nova licitação fosse realizada. Após procurar hospitais em diversos municípios da região, o estado acabou encontrando como interessado o próprio Santa Rita. Ambos combinaram de firmar um novo acordo, com valor de R$ 23,80. O contrato foi elaborado, mas o hospital não o assinou, alegando que não havia uma cláusula que o permitisse rompê-lo unilateralmente.
A Seap divulgou nota se dizendo surpreendida com a atitude e explicando que irá fazer uma nova busca por hospitais interessados no contrato temporário. O atendimento pode ser levado para municípios como Astorga e Paranavaí, caso não haja candidatos em Maringá.
Mesmo com o contrato vencido em janeiro, os servidores receberam atendimento até 15 de março. O governo se comprometeu a pagar pelo trabalho prestado nesse período extra.



