Aproximadamente 40% dos pedidos de Seguro Dpvat no Paraná são feitos por terceiros que não têm nada a ver com as vítimas de acidentes de trânsito. Com isso, a vítima acaba pagando "taxas de serviços" pelo encaminhado dos documentos quando, na verdade, todo o processo e o atendimento devem ser feitos sem qualquer custo ao beneficiário.
O Seguro Dpvat dá cobertura a danos pessoais causados por veículos automotores terrestres. O benefício foi criado em 1974 e ampara as vítimas de acidentes em todo o território nacional. Podem requerem o benefício motoristas, passageiros e pedestres.
O gerente nacional do Dpvat da Seguradora Centauro, Márcio Guilherme, alerta que as pessoas que têm direito ao seguro devem procurar se informar sobre quais são os pontos autorizados ao atendimento gratuitamente (os pontos estão disponíveis no site da Seguradora Líder, que gerencia o seguro). Por isso, a figura do terceiro é dispensável.
"Vítima de acidente de trânsito não deve se utilizar de um terceiro, deve procurar a seguradora consorciada ou o sindicato dos corretores de Seguros. Nesses locais, as pessoas terão toda a orientação necessária e o atendimento é gratuito. Nosso objetivo é indenizar as vítimas o mais rápido possível", afirma. A Centauro é a Seguradora consorciada ao Dpvat com maior volume de atendimento no país.
Em 2010, o Sindicatos de Corretores de Seguros (Sincor) de Maringá atendeu 1.645 de solicitações de Dpvat, entre casos consultados e atendidos. O delegado regional do Sindicato, Ricardo Ausek, explica que a delegacia atende solicitações de seguradoras e casos particulares.
"Todos os casos que passam por aqui conseguem liberação sem custo algum, como manda a lei." Ausek explica que é difícil estimar o número total de pedidos de Dpvat na cidade, já que seguradoras, empresas particulares, advogados e pessoas podem acionar o processo sem o conhecimento do Sincor.
Todos têm direito
O diretor de relações institucionais da Seguradora Líder Dpvat, Marcio Norton, explicou que qualquer pessoa tem direito a receber o seguro, mesmo aqueles que provocam o acidente e acabam vítimas do sinistro. "O Dpvat é um seguro objetivo e todos podem receber, por isso, os valores são mais baixos."
No entanto, para as vítimas falta mais divulgação sobre quem tem direito ao benefício. Vítima de um atropelamento há dois anos, Luciana Marcolino dos Santos, 32 anos, teve que amputar parte da perna em razão de complicações do acidente. Ela contou que ficou sabendo que poderia pedir a indenização em uma conversa com um corretor credenciado ao Dpvat.
"Falta uma divulgação maior, pois não tinha nenhuma informação sobre o seguro. Hoje, o processo está parado, pois a seguradora quer pagar somente pela fratura do fêmur e não pela amputação que foi resultado de uma complicação", disse.
Luciana já recorreu mais duas vezes ao Dpvat. Nos dois casos o beneficiário foi o filho de 14 anos. Ela aguarda o pagamento da indenização de quando o adolescente foi atropelado por um ônibus do transporte coletivo e já recebeu o benefício referente a morte do pai do menino em um acidente em abril de 2010. "Neste último caso o processo foi rápido e o pagamento saiu em 17 dias."
Serviço
Sincor Delegacia Regional de Maringá: Avenida Carneiro Leão, 135. Sala 1.1001. 11º andar. Telefone: (44) 3262-1522
