
Cianorte treina para "jogo da vida"O Cianorte enfrenta o Mogi Mirim neste domingo (23), às 15h30, no Estádio Albino Turbay, na partida mais importante da história do clube Após vencer o confronto de ida por 2 a 1, até uma derrota por 1 a 0 promove o Leão do Vale da Série D à Série C do Brasileiro.
Pode parecer pouco garantir uma vaga na Terceira Divisão nacional. Mas não é para uma instituição nascida há apenas 10 anos e que, caso triunfe diante dos paulistas, desfrutará de uma nova realidade.
Algo bem mais consistente do que o brilhareco dos 3 a 0 sobre o Corinthians de Carlitos Tevez em 2005, pela Copa do Brasil, e o título estadual do interior no ano passado, feitos que enfeitam com destaque a antessala da modesta sede do clube, localizada no centro da cidade.
A começar pela garantia de, no mínimo, dois anos de calendário anual completo Paranaense e Brasileiro. "Só isso já alteraria todo o nosso planejamento. Poderíamos atrair mais jogadores e fechar contratos longos", avalia Adir Kirst, ex-goleiro diretor de futebol e "faz-tudo" do Cianorte.
Subir de categoria também repercutiria nos acertos de patrocínio e de uma eventual cota de televisão. Atualmente, o clube gasta R$ 220 mil com a folha salarial do elenco. Uma conta que não fecha.
Os atletas também vislumbram a possibilidade do incremento. "Tive propostas para sair [o Paraná foi um dos interessados], mas preferi esperar. Um acesso no currículo, se acontecer, seria ótimo", comenta o atacante Henrique, revelação do time que deve arrumar as malas ao término da temporada.
Discurso idêntico tem o técnico Paulo Turra, um ex-zagueiro xerifão de somente 38 anos. "Passar de divisão não é nada fácil. É um trabalho longo, concorrido e desgastante, valoriza todo profissional. Vamos fazer de tudo para conseguir", diz o discípulo de Luiz Felipe Scolari e Tite.
Além disso tudo, representaria um chamariz para engrossar a torcida. Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos são os preferidos entre os torcedores locais, mas a camisa do Leão vem ganhando espaço nas vitrines da capital do vestuário do Brasil. A expectativa para hoje é de estádio lotado, com cerca de 1.700 pessoas.
Entretanto, não basta consolidar-se como a quarta força do futebol do estado deixando para trás, definitivamente, os tradicionais Londrina e Operário. O desejo é alcançar a Série B até 2015.
Uma façanha e tanto considerando a última vez que um time fora da capital integrou a Segundona: em 2004, com o Tubarão. "É um projeto ousado, mas temos forças para conquistar", acredita Kirst.
O impulso vem, primordialmente, da Morena Rosa, uma das principais marcas de roupa do país, propriedade de Marco Antônio Franzato, presidente do clube. O faturamento da grife bateu na casa dos R$ 300 milhões em 2011.
Trajetória bem sucedida no mundo da moda que os cianortenses esperam ver repetida com a bola nos pés.



