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Funcionários tiveram que usar roupas especiais para evitar contaminação com o veneno | PMM/Roberto Furlan
Funcionários tiveram que usar roupas especiais para evitar contaminação com o veneno| Foto: PMM/Roberto Furlan

O veneno era usado para combater pragas em plantação de café, mas foi proibido em 1985

O BHC, também conhecido como hexabenzeno de cloro, produto tóxico que está enterrado há 20 anos no solo da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em Maringá, começou a ser retirado nesta segunda-feira (6). Depois de mais de quatro meses, após a verificação e vistoria do local, os técnicos da empresa sanitária do Rio de Janeiro, Saneplan, finalmente começaram a fazer a retirada do produto, que está armazenado sob o estacionamento da Funasa.

De acordo com Paulino Mexia, chefe regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) em Maringá, o atraso na retirada do veneno se deu por causa da documentação exigida pelo estado de São Paulo, onde o produto vai ser incinerado. "Como se trata de um produto perigoso, que exige um parecer técnico, tivemos de esperar pela autorização da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, ligada à Secretaria do Meio Ambiente do governo de São Paulo. O produto vai ser incinerado em Taboão da Serra (SP)", explicou.

Ao todo quatro toneladas do agrotóxico e mais 15 toneladas de terra contaminada pelo veneno devem ser retiradas. Serão pelo menos três dias para fazer a remoção. "Trata-se de uma obra de engenharia. O produto está enterrado numa profundidade maior do que imaginávamos", disse Mexia.

De acordo com a Secretaria de Agricultura e da Suderhsa (Superintendência de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental) existem quase duas mil toneladas de BHC estocados no Paraná, pricnipalmente nas regiões Norte e Noroeste. O BHC é proibido de ser comercializado, transportado e manipulado no Brasil desde 1985 porque pode contaminar o solo e o lençol freático.

Retirada

Para fazer a retirada do veneno, a área do estacionamento da Funasa foi isolada. Máquinas escavadeiras vão retirar o veneno e o solo contaminado. Os funcionários da empresa vão ter de usar roupas especiais e máscaras para não ter contato com o produto. Todo o agrotóxico e a terra contaminada vão ser colocados em lonas de polietileno e encaminhados para Taboão da Serra (SP), onde serão incinerados a 1.200ºC. Estima-se que o custo da operação será de R$ 200 mil.

Efeitos

O BHC é um inseticida e sua sigla advém do nome inglês - Benzene Hexachloride - é um produto que combate pragas na lavoura e ao entrar em contato com a pele tem efeito cumulativo, causando danos irreverssíveis ao sistema nervoso central. A absorção pelo organismo pode ocorrer por via oral, respiratória ou simples contato com a pele. Entre os sintomas estão convulsões, dores-de-cabeça, tremores, arritmia e até óbito em casos mais graves.

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