Dois estudantes do curso de Técnicas do Meio Ambiente, do Colégio Estadual Juscelino Kubitschek, constataram o abandono em que se encontra uma das principais áreas verdes de Maringá. A grande extensão de mata nativa do Horto Florestal está sofrendo com a ação da erosão, presença do lixo e poluição do esgoto que é jogado livremente no interior do local. O Horto está fechado desde 2003 e a Justiça já determinou a recuperação da área em 2005. Quatro anos depois, segundo a Promotoria do Meio Ambiente, nada foi feito.
Quem chega ao portão de acesso do Horto Florestal encontra uma placa informando que o local está interditado para recuperação ambiental. Com uma autorização para catalogar mudas da mata nativa para realização de um trabalho do curso técnico, os estudantes Luiz Fernando Maldonado e Derli Lamas conseguiram ter acesso ao parque e se deparam com uma cena de abandono e descaso.
Os alunos fizeram imagens de redes de esgoto que são jogadas no meio da área verde, tubulações da rede pluvial que provoca a erosão no terreno e traz consigo o lixo das ruas para dentro do horto. "Foi horrível. A gente presenciou cenas absurdas. Por fora, o parque parece estar em ordem, mas é só ultrapassar os portões para se deparar com todo o lixo e mau cheiro", disse Maldonado.
O promotor do Meio Ambiente de Maringá, Ilecir Heckert disse que o parque está fechado desde 2003, por determinação do Ministério Público (MP), porque circular pelo local colocaria em risco a integridade física dos visitantes. "Qualquer um poderia cair num buraco daqueles. Sem falar na quantidade de lixo e esgoto que provoca todo o mau cheiro. Uma ação judicial, em 2005, determinou que o município recuperasse á área e impedisse a distribuição de esgoto no Horto", explicou Heckert.
Como depois de quatro anos da sentença nada foi feito, o promotor disse que vai entrar com uma ação pedindo a execução da determinação judicial. Segundo o promotor, a solicitação estava sendo escrita por ele na tarde desta segunda-feira (8). "Como a ordem judicial não foi cumprida, os responsáveis pelo local podem arcar com um processo criminal", ressaltou o promotor.
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Maringá informou que apenas o secretário do Meio Ambiente, Diniz Afonso, poderia comentar a ação do MP. Porém, ele não foi encontrado, pois estaria viajando.



