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Jovens de Maringá estão menos suscetíveis à violência urbana entre as cidades com mais de 100 mil habitantes no estado | Ivan Amorin/Gazeta do Povo
Jovens de Maringá estão menos suscetíveis à violência urbana entre as cidades com mais de 100 mil habitantes no estado| Foto: Ivan Amorin/Gazeta do Povo

Confira o perfil da vulnerabilidade juvenil

O estudo revela que jovens com idade entre 19 e 24 anos têm mais chances de morrer por causa da violência no país. Depois, as pessoas com idade entre 25 e 29 anos e, em seguida, as pessoas com idade entre 12 e 18 anos, correm mais risco de serem vítimas da criminalidade.

Cotidiano

Levantamento realizado pelo Instituto Datafolha com 5.182 jovens de 12 a 29 anos, de ambos os sexos, de 31 municípios selecionados em 13 estados, constatou que quase um terço da população jovem sofre presença constante da violência em seu cotidiano. Dos jovens entrevistados, 31% admitem ter facilidade para a obtenção de armas de fogo. Outros 64% dos entrevistados são expostos a algum risco ou história de violência e costumam ver pessoas (não policiais) portando armas.

Metade da população jovem entrevistada declara presenciar violência policial, sendo que, para 11% dos entrevistados, essa violência é "comum"; Dos que responderam aos questionamentos, 88% disseram já terem visto corpos de pessoas assassinadas. Cerca de 8% afirmam, ainda, que pessoas próximas a eles foram vítimas de homicídios.

Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (24) pelo Ministério da Justiça e Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou os índices de exposição de jovens à violência em todo Brasil. Entre as 16 cidades do Paraná, Maringá aparece como o município que oferece menos riscos aos jovens entre 12 e 29 anos. Foz do Iguaçué a primeira do estado e a terceira do país que mais expõe a juventude à violência. A líder no ranking de violência urbana contra a juventude é Itabuna (BA), seguida de Marabá (PA).

O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ) classifica todos os municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. O IVJ leva em consideração uma combinação de variáveis que apreciam os níveis de exposição do contingente juvenil à violência urbana, a permanência escolar, a forma de inserção no mercado de trabalho e o contexto socioeconômico dos municípios onde vivem os jovens.

O IVJ segue uma escala de 0 a 1 ponto, que classifica as 266 cidades com mais de 100 mil habitantes, em 2008, com maior ou menor índices. O valor zero representa o município com menor vulnerabilidade juvenil à violência e o valor um o de maior vulnerabilidade. A classificação é feita da seguinte forma: índice até 0,300 a vulnerabilidade é considerado baixa; 0,300 a 0,370 – média/baixa; 0,370 a 0,450 – média; 0,450 a 0,500 – alta; mais de 0,500 – muito alta.

Maringá figura com o IVJ de 0,284, índice considerado baixo, e aparece como a cidade que menos expõe jovens à violência no estado. Entre os municípios menos vulneráveis à violência no Brasil, Maringá esta na 27.ª colocação. A 1.ª colocada é São Carlos (SP) com (IVJ - 0,238), seguida de outra cidade paulista, São Caetano do Sul (IVJ - 0,239).

Das 16 cidades paranaenses citadas no estudo, a que mais expõe os jovens à violência é Foz do Iguaçu com IVJ de 0,562, índice considerado muito alto. Na sequência, vem Cascavel (IVJ – 0,459) e Toledo (IVJ – 0,458) . A frente de Foz ficaram Marabá (PA), com índice de 0,574, e Itabuna (BA), com IVJ de 0,577 – ambas com IVJ muito alto.

Apesar da boa colocação de Maringá com uma das cidades menos vulneráveis à violência juvenil, os especialistas dizem que a pesquisa deveria agrupar os municípios da região metropolitana da cidade, como Sarandi e Paiçandu.

"Analisar Maringá isoladamente é a mesma coisa que analisar a cidade de São Paulo levando em consideração apenas o bairro do Morumbi, sem levar em consideração outros bairros mais pobres. Maringá sofre de segregação social e espacial. Os menos favorecidos são levados às regiões mais pobres, por causa do alto custo de vida maringaense, onde geralmente estão os maiores índices de violência", diz o antropólogo da Universidade Estadual da UEM, Geovanio Rossato.

Já para o presidente do Conselho Municipal do Direito da Criança e do Adolescente de Maringá, Paulo Rogério da Silva, a boa posição da cidade no estudo é explicada pelo bom sistema educacional, programas beneficentes públicos e privados, além da boa estruturação da sociedade organizada.

Ele apontou as qualidades da cidade que justificam a posição no estudo, mas vez ressalvas. "Não podemos esconder os problemas. Muita das vezes a criminalidade acaba se instalando nas cidades metropolitanas, onde os custos são mais baratos. Especulação imobiliária, preços altos dos terrenos afastam os menos favorecidos da cidade", explicou Silva.

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