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FINANCIAMENTOS

Mesmo com tabu, mercado de hipotecas cresce na região Noroeste

Apesar de não ser uma modalidade de crédito popular no Brasil, os empréstimos com garantia de imóvel vêm crescendo na região de Maringá. Somente na Caixa Econômica Federal o número de contratos aumentou 40% no semestre

Entre janeiro e junho, a superintendência regional da Caixa em Maringá registrou 1.057 contratos, totalizando R$ 125 milhões | Divulgação/PMM
Entre janeiro e junho, a superintendência regional da Caixa em Maringá registrou 1.057 contratos, totalizando R$ 125 milhões (Foto: Divulgação/PMM)

Dar o imóvel como garantia para fazer um empréstimo ainda é visto como tabu para muitos brasileiros. No entanto, os contratos de hipotecas vêm ganhando cada vez mais espaço. Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF), que lidera esse mercado no país, o número de contratos no primeiro semestre deste ano aumentou 40% na região Noroeste do Paraná.

Entre janeiro e junho, a superintendência regional da CEF em Maringá registrou 1.057 contratos, totalizando R$ 125 milhões. Nos seis primeiros meses do ano passado haviam sido firmados 679 contratos, com R$89,2 milhões negociados. Em todo o Brasil, na mesma base de comparação, a evolução foi de R$ 3,2 bilhões para R$ 5,7 bilhões.

Para o gerente regional da Caixa em Maringá, Antonio Clever Iecke, esse tipo de crédito está ganhando força por causa dos prazos maiores e dos juros mais baixos. "O receio de colocar a casa própria como garantia é algo cultural. No entanto, as pessoas têm percebido a hipoteca muito mais como uma possibilidade de proteger o imóvel do que de perdê-lo. Estão vendo que é melhor usar o imóvel como garantia do que ter que vendê-lo para pagar dívidas, por exemplo."

Iecke explicou que, na região de Maringá, a maior parte dos empréstimos é feita por pessoas acima dos 40 anos que desejam investir no próprio negócio. Na sequência, aparecem os que fazem o empréstimo para investir em um segundo imóvel e os que utilizam a modalidade para quitar dívidas.

Bancos reduzem juros e ampliam prazos de pagamento

Para incentivar as hipotecas, os bancos e financeiras também vêm reduzindo juros e ampliando os prazos de pagamento, que chegam a 360 meses. E a concorrência vem aumentando. Bancos médios, como BMG e Paraná Banco, que não atuam no financiamento imobiliário, também começam a estruturar produtos para esse mercado.

Nas hipotecas brasileiras, os bancos financiam, em geral, entre 50% e 70% do valor do imóvel, que precisa estar quitado. Ao contrário do modelo americano, o cliente não pode fazer várias hipotecas – ao mesmo tempo – de um mesmo imóvel. O imóvel fica alienado para o banco, e, em caso de inadimplência, por conta do modelo de alienação fiduciária, o resgate é rápido.

Segundo os bancos, são raros os casos em que o cliente tem de abrir mão do imóvel. "Felizmente, até hoje não tivemos nenhum caso de resgate do imóvel por inadimplência" ressaltou Iecke.

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