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Metade das cidades "atrasadas" no ensino de nove anos fica na região de Maringá

Levantamento do MEC, feito em dezembro, mostra que 25 cidades do PR não implantaram o novo ensino fundamental, 12 delas no Noroeste. Mudança é obrigatória

Veja o diagnóstico da implantação do ensino fundamental de 9 anos nas cidades brasileiras |
Veja o diagnóstico da implantação do ensino fundamental de 9 anos nas cidades brasileiras (Foto: )

Quase metade das cidades do Paraná que, até o ano passado, não haviam implantado o ensino fundamental de 9 anos fica na região de Maringá. O novo sistema, que determina que as crianças sejam matriculadas com 6 anos completos ou a completar, e não mais 7, é obrigatório desde janeiro. Levantamento do Ministério da Educação (MEC), feito em dezembro, mostra que 25 cidades do estado não haviam se adequado à norma, 12 delas no entorno da Cidade Canção.

Os municípios em questão são os seguintes: Ângulo, Astorga, Floresta, Iguaraçu, Inajá, Itambé, Lobato, Munhoz De Melo, Nossa Senhora Das Graças, Peabiru, Prado Ferreira e Santa Inês. As 25 cidades "atrasadas" representam 6% do total de municípios paranaenses. Em oito estados, nenhum dos quais na Região Sul, todos as cidades já haviam se adequado em dezembro (veja o relatório por estado no link abaixo).

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação no Paraná (Undime-PR), Cláudio Aparecido da Silva, diz que a instituição está apoiando os municípios que encontraram mais dificuldades para fazer as mudanças em seus sistemas educacionais. "A crise financeira atrapalhou os planos de investimentos. Mas todas as cidades terão o ensino de 9 anos implantado – nem todos, no entanto, da forma ideal."

As prefeituras tiveram prazo desde 2006 para se adequar. Conforme mostra reportagem da Gazeta do Povo, as localidades que não cumprirem a norma podem responder por crime de responsabilidade, pois o acesso da criança de 6 anos ao ensino fundamental é um direito constitucional. Os pais também podem ser responsabilizados. O MEC espera que 3,2 milhões de alunos de 6 anos frequentem o primeiro ano em 2010.

A polêmica da data de corte

No Paraná a oferta começou a ser feita em 2007 - e foi também marcada por polêmica, ações judiciais, até com a criação de uma legislação estadual. O principal debate ficou em torno da data de corte para o ingresso no primeiro ano deste novo ensino fundamental. Para o Conselho Nacional de Educação (CNE), MEC e Conselho Estadual de Educação do Paraná (CEE-PR), a entrada da criança deve ocorrer no início do ano letivo. Já escolas particulares, Ministério Público Estadual (MPE) e deputados estaduais defendem que qualquer criança que complete 6 anos no ano em curso deve frequentar a escola.

A confusão chegou ao ponto de o MEC apresentar ao Congresso Nacional uma mudança na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e implantar a data de corte em 31 de março do ano letivo, em todo o território nacional. A matéria depende de aprovação e, por aqui, ainda vale o que determina a lei estadual: toda criança com 6 anos completos ou a completar durante o ano deve estar matriculada no ensino fundamental.

Além do projeto proposto pelo MEC, tramita no Senado uma Proposta de Emenda Constitu­cional, de autoria do senador Flávio Arns (PSDB-PR), que deixa claros os limites de idade na educação infantil e ensino fundamental.

A promotora de Edu­­cação de Curitiba e coordenadora do Centro de Apoio às Pro­­mo­­torias de Educação do Ministério Público Estadual do Paraná (MP-PR), Hirmínia Dorigan Diniz, ressalta que, além da lei estadual, duas liminares concedidas a favor de escolas particulares e do Ministério Público Estadual garantem a matrícula de crianças com 6 anos incompletos no ensino fundamental. "Não é adequado implantar data de corte. A minha sugestão é que as turmas fossem separadas por períodos semestrais", diz.

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