Conhecida como Corredor da Moda, por ligar cidades do polo de confecções do Noroeste, a PR-323 ganhou outro apelido. Agora também chamada de rodovia da morte, o trecho causa dezenas de vítimas em acidentes todos os anos, o que fez com lideranças de todas as cidades do percurso se unissem numa campanha pela duplicação do trecho. Junto com a BR-272, entre Maringá e Guaíra, a estrada é uma das principais rotas de sacoleiros que buscam o Paraguai para fazer compras, num fluxo diário de cerca de 40 mil veículos em 210 quilômetros.
O novo apelido da rodovia não surgiu à toa. Entre 1º de Janeiro a 31 de outubro de 2009 foram registrados 523 acidentes com 42 mortes no trecho. No mesmo período deste ano já são 731 acidentes e 35 mortes, segundo dados da Polícia Rodoviária Estadual. Apesar da redução no número de mortos, os representantes ainda consideram o número elevado.
Por isso, lideranças de várias cidades do Noroeste se reuniram nesta segunda-feira (8), em Maringá, para lançar uma campanha regional pela duplicação do trecho. O objetivo principal da iniciativa é reduzir a quantidade de acidentes e contribuir para o desenvolvimento econômico ao viabilizar melhores condições de transporte para o escoamento da produção regional
Atualmente, o único trecho duplicado é que corta o perímetro urbano da cidade de Paiçandu. São 4 quilômetros, com três viadutos. A obra inaugurada no ano passado retirou 20 lombadas do percurso, o que provocava constantes engarrafamentos na região. Os integrantes do movimento pela duplicação querem a repetição do exemplo bem sucedido.
Fazem parte da iniciativa, as associações comerciais das principais cidades do trecho, além de entidades religiosas e a sociedade civil. Após as considerações apresentadas, ficou decidido que o grupo fará um abaixo-assinado que será entregue ao Governo do Estado. Os representantes afirmam que têm o apoio do governador eleito, Beto Richa, que se comprometeu em buscar recursos para a duplicação.
Além da questão de segurança, os líderes explicam a importância econômica do trecho "Nós temos toda essa região que também é agrícola e a quantidade de carretas que trafegam pela rodovia é muito grande. Esse tráfego é um dos principais fatores de acidentes", lembrou José Carlos Zolim, presidente da Associação Comercial de Umuarama. Para o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), Edson Recco, o movimento surge no meio civil, mas deve ser estendido para a esfera política. "Todas as entidades estão envolvidas nesse projeto e cremos que será mobilizado também dentro do setor político, pois isso é prioridade", disse.
Trecho é considerado regular
Os trechos citados ligam Maringá a Umuarama (PR-323), passando pelos municípios de Cianorte, Tapejara, Cruzeiro do Oeste. Depois segue de Umuarama a Guaíra (BR-272), passando por Perobal, Cafezal do Sul e Iporã. Nas duas rodovias, é comum flagrar motoristas se arriscando em ultrapassagens arriscadas. Em vários pontos não há acostamento.
Mesmo assim, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), realizada em 2010, considera que o estado das duas rodovias varia de regular a bom. A CNT avaliou 225 quilômetros da PR-323 e 133 quilômetros da BR-272. Em ambos os casos, as rodovias receberam classificação boa nos quesitos geral, pavimentação e geometria. Somente em relação à sinalização é que foram considerados regulares.
O Departamento de Estradas e Rodagens (DER) não se posicionou sobre a existência de um projeto para o trecho.



