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O número de homicídios registrados no primeiro semestre deste ano foi 16% maior que o contabilizado no mesmo período de 2012. De acordo com o relatório semestral divulgado pela Polícia Militar (PM) nesta sexta-feira (5), foram 35 mortes nos primeiros seis meses de 2013 contra 30 no mesmo período do ano passado. Segundo a polícia, a maioria dos crimes está relacionada ao uso e tráfico de drogas.

O tenente Cláudio Rocha, do 4º Batalhão da Polícia Militar (4º BPM) de Maringá considerou o aumento no número de casos pequeno em relação ao primeiro semestre do ano passado. "Esses homicídios têm ligação direta com situações envolvendo usuários ou traficantes de drogas", comentou o tenente.

O bairro maringaense mais violento neste ano, até agora, é o Conjunto Requião, apontado no relatório como o primeiro em número de homicídios: cinco no total. "Tempos atrás tivemos concentração na região do Grevilha, final da Avenida Kakogawa. Ano passado o aumento foi no Jardim Alvorada. Agora estão concentradas na região do Requião", citou o tenente.

Rocha não soube precisar um motivo para essa mudança constante na concentração de homicídios. "O crime é dinâmico. O tráfico também. Grande parte das mortes é decorrente de disputas ou situações financeiras relacionadas ao tráfico de drogas", comentou.

O último caso de assassinato em Maringá aconteceu no Conjunto Requião, no final de junho. Um jovem de 22 anos foi morto com mais de 20 tiros quando estava dentro de um veículo VW Gol, estacionado Avenida Franklin Delano Roosevelt. De acordo com a PM, dois homens a bordo de uma motocicleta Honda Falcon são os autores do crime. Os policiais ainda encontraram seis estojos de pistolas de calibre 9 milímetros no local do crime.

Latrocínio

Segundo a PM, Maringá não registrou nenhum caso de latrocínio neste ano, quando o roubo é seguido de morte. Rocha comentou que esse tipo de crime pode continuar sendo evitado com o aumento de abordagens policiais ou apreensões, tirando, assim, as armas de posse os criminosos.

Perfil

Uma pesquisa feia pelo Observatório das Metrópoles no início de junho apontou que o desamparo social é a principal causa do alto índice de homicídios em Maringá. De acordo com uma das pesquisadoras envolvidas no estudo, Fernanda Valotta, as principais vítimas do desamparo são homens jovens, na faixa etária entre 18 e 24 anos, de cor negra ou parda. Segundo Fernanda, a falta de opções de lazer, de espaços públicos de sociabilidade e falta de integração ao mercado de trabalho, por exemplo, transformam esses jovens nos principais personagens das estatísticas de violência.

As maiores taxas de violência, segundo a pesquisadora Fernanda Valotta, estão nas periferias da cidade, onde a organização do território é precária. "Quem vive nestes espaços, vive em moradias precárias, com acesso limitado à educação, saúde e lazer", avaliou na época.

Brigas de gangues

Na época do estudo, o delegado de homicídios de Maringá, Alexandre Bonzatto, afirmou que 60% dos homicídios registrados haviam sido causados em brigas de gangues por pontos de drogas. Ele confirmou que entre as vítimas estavam, especialmente, homens jovens de 24 anos, negros ou pardos, como apontou a pesquisadora do Observatório das Metrópoles. Além disso, Bonzatto salientou que a maioria foi morta por arma de fogo e tinha passagem pela polícia. "O que observamos é que essas gangues rivais frequentam as mesmas baladas, os mesmo bares e até moram muito próximas uma das outras. Então, o conflito é mais frequente."

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