
Nesta sexta-feira (13), o cantor e compositor Oswaldo Montenegro volta a Maringá para apresentar o show de seu novo álbum, Canções de Amor. A apresentação marcada para as 21 horas no Teatro Marista (Avenida Itororó, 130) reúne músicas que ele compôs sobre o mais universal dos temas. Entre as canções que serão interpretadas estão: Por Descuido ou Displicência, Não Há Segredo Nenhum, Bandolins, Cigana e Metade.
Ao todo, Montenegro já lançou 39 CDs, mais de 40 trilhas sonoras, cinco DVDs e um livro infantil, além de montar 17 peças musicais. Para a apresentação em Maringá, os ingressos custam R$ 42 (meia), R$ 62 (com a doação de um quilo de alimento) e R$ 82 (inteira) e estão à venda na Maringá FM (Avenida Getúlio Vargas, 266) e no site Alô Ingressos.
As faces do menestrel
São 31 anos de carreira, desde o sucesso de Bandolins e Agonia na virada dos anos 70 para 80. E a atividade do cantor segue intensa. Só nos últimos tempos ele lançou dois discos Canções de amor e Quebra-cabeça elétrico , escreveu e dirigiu seu primeiro filme Léo e Bia e produziu, com Jorge Mautner e a Cia. Mulungo, uma série de 14 programas de televisão para o Canal Brasil Na trilha de Macunaíma. Tudo isso sem interromper a atividade teatral.
Música, teatro, televisão, cinema: Oswaldo Montenegro atira para todos os lados e experimenta diferentes linguagens. No show em Maringá, ele vai mostrar o seu lado mais intimista, ao lado de Madalena Salles, sua parceira de palco há muitos anos. "Minha carreira não tem fases, tem faces."
- JM: Como será o show Canções de amor?
- Oswaldo Montenegro: É um show muito íntimo. Estou revezando com Madalena Salles no palco. Tocamos vários instrumentos. Às vezes eu toco viola de 12, ela toca piano; às vezes eu toco teclado, ela toca flauta. Em alguns momentos, nós interagimos com um telão; ela toca piano no telão, eu toco violão ao vivo; ela toca flauta no telão, eu toco teclado ao vivo e aí vira um quarteto. Tocamos basicamente as músicas do CD Canções de amor e de outros projetos. E a gente toca músicas compostas há muito tempo, como Lua e flor, Metade, A lista, Bandolins, Travessuras. E tocamos três inéditas do Canções de Amor.
- É um Oswaldo Montenegro diferente?
- Não, porque eu já fiz algumas vezes esse show mais íntimo. Na verdade, Canções de amor reúne músicas que eu compus ao longo da minha carreira, com mais três inéditas. Eu enfoco ali o amor sob vários pontos de vista, inclusive a ausência de amor.
- Você tem 31 anos de carreira, a contar do primeiro disco, em 1979. Já consegue avaliar qual o seu papel na música popular brasileira?
- Procuro não tecer nenhum tipo de análise sobre o meu papel na MPB. Tenho mais o enfoque da gratidão. Devo ser grato pelo privilégio de trabalhar no que eu gosto. Por ter tido a imensa benção da permanência algo muito difícil em nosso meio, que é muito volátil, onde tudo é muito passageiro. A possibilidade de ter exercido minha liberdade esse tempo todo me faz sentir gratidão. Sou muito grato a tudo que minha profissão me deu, e por saber que a minha música faz companhia a alguém, que é a maior de todas as honras.
- Como foi a sua experiência no cinema, com Leo e Bia?
- Há muitos anos eu escrevo e dirijo teatro. Leo e Bia foi uma peça que escrevi em 1984. Retrata a vida de sete jovens que moram em Brasília, em 1973, no auge da ditadura militar, no final dos anos hippies. É uma peça que fala das aventuras, as loucuras, as dores, os sonhos, as paixões dessa galera. E eu queria fazer um filme sobre isso. Um filme que os retratasse no lugar em que eles ensaiavam, onde eles misturavam os ensaios com a vida que levavam. E eu pude realizar esse sonho um filme exatamente como eu imaginava, com elenco maravilhoso. Já vai entrar em cartaz em setembro, em São Paulo. No filme, obedeci à única regra que tenho na minha carreira: fazer as coisas com liberdade absoluta.
- Por que você pintou a sua casa inteira?
- Eu não quero viver perto da arte; eu quero viver dentro da arte. Qualquer minuto em que eu vivo longe da arte para mim é uma coisa insuportável. Então, eu moro dentro de um quadro. Comecei a pintar esse quadro que é minha casa há uns quatro anos. E nunca termina.



