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Depois de passar mais de um ano internado no Hospital Psiquiátrico de Maringá, o paraguaio Digno Baluena, 37 anos, finalmente voltou para o país de origem. O regresso aconteceu na segunda-feira (5), segundo o Consulado Geral do Paraguai de Curitiba.
Baluena foi levado por um funcionário do consulado até Ciudad del Este, onde encontrou o irmão mais velho. De lá, os dois foram para a casa desse familiar, que mora em San Ignacio, no departamento (estado) de Missiones, próximo à fronteira com a Argentina.
Segundo o Consulado Geral do Paraguai, o irmão recebeu orientações sobre o tratamento que Baluena deve seguir. De acordo com a diretora do Hospital Psiquiátrico de Maringá, Maria Emília Parisoto de Mendonça, o paraguaio sofre de transtornos mentais.
Depois que o caso de Baluena foi divulgado pela imprensa, muitas pessoas especularam que ele era índio e que estaria internado no Hospital Psiquiátrico porque ninguém conseguia compreendê-lo.
No entanto, a pedido do Ministério Público Federal, uma avaliação feita por uma antropóloga, nos dias 6 e 7 de junho, revelou que ele não era índio. A partir de então, o Consulado Geral do Paraguai começou a procurar por um parente do paciente, para enviá-lo de volta ao Paraguai.
Histórico
O mistério em torno do paraguaio surgiu em maio, quando uma índia kaingangue que fazia estágio na casa de tratamento psiquiátrico encontrou Baluena, identificando-o como índio. Como não conseguiu entender o que ele dizia, a universitária entrou em contato com a Associação Indigenista de Maringá (Assindi).
A associação telefonou para um cacique guarani de Santa Catarina, que conseguiu estabelecer comunicação com o paraguaio. Após a conversa, o cacique informou que o paciente do hospital havia se identificado como Yuno, um guarani da etnia M´byá, com 35 anos de idade.
O paraguaio foi parar no hospital após passar por uma triagem no Hospital Municipal de Maringá. Antes disso, foi encontrado por uma equipe da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc) na rua e embriagado.
O caso começou a ser investigado pelo Ministério Público do Paraná. A Promotoria Especial de Proteção dos Direitos Humanos e de Combate à Sonegação e a Promotoria de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência, ambas de Maringá, investigaram se Baluena tinha mesmo transtorno mental, como afirmou a direção do hospital.
Na sequência, o caso foi parar no Ministério Público Federal, onde se constatou que ele não era índio.



