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Vista do câmpus de Cianorte, um dos mais criticados: 25 anos de agonia | Fábio Dias/Gazeta do Povo
Vista do câmpus de Cianorte, um dos mais criticados: 25 anos de agonia| Foto: Fábio Dias/Gazeta do Povo

Reitor responde - "Houve planejamento"

Segundo o reitor da UEM, Décio Sperandio, os novos cursos foram criados com critério e planejamento. Em nota, ele informa ainda que já foi autorizada a realização de concurso público para contratação de 208 professores, mas que ainda não há data precisa para abertura dos editais.

De acordo com Pinheiro Neto, a UEM tem autonomia de criar, mas não tem autonomia

financeira. Os novos cursos vão demandar mais professores e laboratórios, mas mesmo assim, garante que tudo foi feito com planejamento. "A UEM é uma universidade multicâmpus, logo tem a possibilidade de expandir", garante.

UEM a mais

Confira novos cursos disponíveis na Universidade Estadual de Maringá:

Câmpus Sede – Maringá

Licenciatura em Artes Cênicas – 40 vagas ;Artes Visuais – 40 vagas; Comunicação em Multimeios – 40 vagas; Biotecnologia – 30 vagas; Bioquímica – 30 vagas; Matemática Integral – 42 vagas; Engenharia Elétrica – 40 vagas.

Câmpus de Umuarama

Engenheira de Alimentos; Engenharia Civil; Engenharia Ambiental, 40 vagas cada uma.

Câmpus de Goioerê

Física; Engenharia de Produção, 40 vagas cada uma.

Campus de Ivaiporã

Educação Física; História;

Serviço Social, 40 vagas cada uma.

Serviço:

As inscrições podem ser feitas no site www.vestibular.uem.br até dia 20 de setembro. Com a criação dos novos cursos, aumentou o número de vagas oferecidas: são 2.216, sendo 1779 vagas para não cotistas e 437 para cotistas, distribuídas agora em 63 cursos.

Maringá - A Universidade Estadual de Maringá (UEM) foi a única instituição estadual a aumentar a oferta de cursos e vagas para o ano letivo de 2011. O vestibular de verão traz 15 novas opções de graduação, com 382 novas vagas. Mais da metade é oferecida nos câmpus regionais, justamente onde a UEM apresenta mais problemas de infraestrutura. Número reduzido de professores, atendimento inadequado e falta de equipamentos são as principais falhas apontadas pelos acadêmicos das unidades regionais. Na mesma leva de criação de novos cursos, até um novo câmpus, em Ivaiporã, foi criado.

O investimento em novas estruturas revolta os alunos de outras graduações, que há tempo pedem melhorias. A falta de professores é a principal reivindicação dos acadêmicos da unidade regional de Cianorte. Segundo o vice-presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE), André Mechica Bellino, a UEM costuma "tapar buracos" com professores temporários.

"Temos vários casos em que um mesmo professor tem seu contrato concluído e é obrigado a prestar o mesmo concurso pela segunda ou terceira vez para uma nova vaga temporária. Isso prejudica a qualidade das aulas, já que uma matéria tem de ser interrompida durante o ano até que haja outro professor para substituir", reclama.

"Hoje, a grade de professores está completa, mas apenas porque temos pessoas extremamente dedicadas, que se dispõem a dar aulas que não são sua especialidade para que os alunos não percam conteúdo", explica Lygia Valezi, estudante do terceiro ano de Moda, em Cianorte.

No câmpus de Cidade Gaúcha, a falta de professores efetivos e funcionários também causa problemas. Segundo o representante do Centro Acadêmico de Engenharia Agrícola, Rafael Luiz Panini, os laboratórios que foram construídos recentemente estão sem equipamentos e projetos. "Apesar de o curso ter um departamento e direção comprometida e eficiente, sabe-se que há falta de profissionais e isto reflete na formação destes acadêmicos". Mesmo com as dificuldades no Departamento de Engenharia de Cidade Gaúcha, cinco das novas graduações abertas para o ano de 2011 são nessa área: Engenheira de Alimentos, Engenharia Civil, Am­­­biental, Elétrica e de Pro­­dução.

O assessor especial para os câmpus regionais da UEM, Raimundo Pinheiro Neto, reconhece que falta a reposição de professores e agentes universitários. Segundo ele, a UEM tem uma defasagem de 305 profissionais que deixaram a instituição por causas diversas. "Este não é só um problema dos câmpus. Na sede também há a questão dos professores temporários. Os cursos mais novos daqui estão passando pelo mesmo problema que os cursos nas regionais".

Sem asfalto e sem estrutura

Outra situação preocupante é a ausência de asfalto na área interna do câmpus em Cianorte, primeira unidade da UEM fora de Maringá, criada há 25 anos. "Além disso, os espaços entre os blocos, apesar de pequenos, não têm cobertura. Quem precisa ir ao banheiro em dias de chuva acaba se molhando", conta Victor Hugo Davanço, presidente do Centro Acadêmico de Pedagogia.

De acordo com Bellino, os acadêmicos de seu curso, Design, aguardam há anos a construção de um bloco, cujo projeto já foi orçado (em R$ 400 mil) e aprovado, mas desacordos entre a universidade e a prefeitura estão atrasando as obras.

Para Lygia Valezi, a ausência de espaço físico no câmpus de Cianorte já alcançou níveis extremos. "Nós somos obrigados a ocupar salas em que alunos da escola estadual têm aula pela manhã. Nada contra o empréstimo, mas as carteiras são ergonomicamente desconfortáveis para muitos dos estudantes e impossíveis para aulas práticas como Desenho e Laboratório de Criação".

Também há a questão da biblioteca, que conta com um espaço reduzido. Os estudantes alegam que não há mais lugar para comportar livros e outros materiais. O DCE informa que há um projeto para ampliação da biblioteca, mas que ainda não há orçamento ou previsão de gastos.

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