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Saúde

Médicos pedem cumprimento da CPMF

Entidades médicas se reúnem no HC para denunciar descaso do poder público no setor

Além de melhorias nas condições de trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS), os dirigentes de entidades médicas que organizaram o Dia Nacional do Protesto, ontem, no Paraná, reinvindicam que 50% da receita arrecadada com a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) seja destinado à saúde. "É um absurdo termos que reivindicar isso, porque a CPMF foi criada justamente para atender exclusivamente a saúde, mas acabou virando (receita do) orçamento geral da União", critica o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo.

A manifestação em Curitiba, organizada pela Associação Médica Brasileira, pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Federação Nacional dos Médicos, foi em frente ao Hospital de Clínicas (HC) e contou com a participação de estudantes de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e dos diretores dos três maiores hospitais do estado (além do HC, Cajuru e Evangélico, justamente os mais prejudicados pela falta de reajuste na tabela do SUS desde 1999).

Macedo também critica o fato de o setor se ver obrigado a pressionar parlamentares a aprovar a emenda 29, já aprovada no Congresso e em tramitação no Senado. "Temos que criar uma emenda para que simplesmente se cumpra o que determina a lei. Ou seja, o desrespeito com a saúde é total", ressalta o presidente da AMP. A emenda 29 obrigará a União a cumprir a legislação e destinar 10% do orçamento à saúde; os estados, 12%; e os municípios, 15%.

Em relação às reivindicações do SUS, o grupo quer a implantação de um plano de cargos e salários para o sistema. "Dessa forma, o médico teria mais tranqüilidade para trabalhar, porque hoje, como recebe por produtividade, o profissional se vê obrigado a ter vários empregos para ter um salário digno", explica o presidente do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR), Gerson Zafalon Martins.

O presidente do CRM-PR dá um exemplo da baixa remuneração dos médicos que trabalham no SUS. "Quando uma cirurgia de apendicite é realizada, os três membros da equipe médica – o cirurgião, o auxiliar e o anestesista – recebem juntos apenas R$ 211."

A falta de reajuste nos procedimentos do SUS prejudica também os hospitais. Um exemplo está no HC – maior hospital do estado e quinto do país –, onde mensalmente há um rombo de R$ 1 milhão no orçamento. "Hoje em dia nós recebemos R$ 6 milhões. O ideal seria que recebêssemos R$ 7 milhões ou que o SUS assumisse o pagamento dos funcionários, que é feito pela Funpar (Fundação da UFPR)", comenta o diretor do HC, Giovani Loddo.

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