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Guarda vigia a entrada do Parque Ingá para impedir a entrada de visitantes: risco de contrair a doença motivou fechamento | João Paulo/Diário do Norte do Paraná
Guarda vigia a entrada do Parque Ingá para impedir a entrada de visitantes: risco de contrair a doença motivou fechamento| Foto: João Paulo/Diário do Norte do Paraná

Maringá - Moradores de Maringá, no Noroeste do estado, correram para os postos de vacinação ontem, depois que o Parque do Ingá foi fechado provisoriamente em decorrência da morte de nove macacos com suspeita de febre amarela. O aumento na procura pela imunização contra a doença foi de cerca de 50% na 15.ª Regional de Saúde, em Maringá. O óbito do nono animal do parque foi confirmado na manhã de ontem.

A interdição do parque ao público foi decidida por receio da visitação de turistas que morem longe de zonas de mata e que não tenham se vacinado, explicou Mauro Nani, gerente do Parque do Ingá. Com 47 hectares de área de preservação no centro de Maringá, o local recebe em média 3 mil visitantes ao dia nos fins de semana e em torno de 1,5 mil nos demais dias. Já quem costuma correr normalmente na pista externa não precisa ter medo.

O Horto Florestal e o Bosque 2 são outras áreas de preservação de Maringá em perímetro urbano que abrigam macacos, porém os locais não são abertos para visitação. "Estamos monitorando os animais desses lugares", disse Nani. No Parque do Ingá moram 150 saguis e sete macacos-prego em cativeiro. Já a população somada dos outros espaços fica em torno de 250 a 300 macacos-prego vivendo em liberdade.

Foi a segunda notificação de morte de primatas no Paraná neste mês, o que coloca em alerta os órgãos de vigilância em saúde no estado. Na última semana, equipes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) encontraram pelo menos nove corpos de macacos em matas na região de Ribeirão Claro, na Região do Norte Pioneiro.

Embora os exames de confirmação ainda não tenham saído, é bastante provável que os primatas tenham morrido em decorrência da doença por causa da localização da cidade, a menos de 40 km da divisa com o São Paulo. Em Piraju (SP), a febre amarela já matou sete pessoas. Em todo o Sudeste paulista já são nove óbitos.

Caso as amostras colhidas nos animais mortos no Parque do Ingá indiquem que a causa não foi febre amarela, a liberação ainda depende da confirmação do motivo. "Outras doenças, que não a febre amarela, podem colocar em risco a vida do homem", disse a médica Ângela Maron de Mello, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, da Sesa.

Existem dois tipos de febre amarela: a urbana (que foi erradicada do Brasil) e a silvestre (que atinge os macacos). A febre amarela silvestre é transmitida pelos mosquitos Haemagogus ou Sabethes, presente nas matas, e pode chegar aos homens. "A preocupação é quando este mosquito, que atingiu o macaco, infecte também os humanos. Se isso acontecer, a febre amarela urbana pode voltar", explica a diretora de Vigilância de Saúde de Maringá, Rosângela Treichel.

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