
A parte mais empolgante do trabalho dos pesquisadores Pablo Melo Hoffmann e Christopher Thomas Blum é entrar na mata em busca de árvores raras ou ameaçadas da floresta de Araucária. Eles procuram por exemplares saudáveis e adultos que possam ser fornecedores de material genético capaz de assegurar que as espécies não desapareçam no futuro. Por enquanto, o trabalho de dois anos já deu frutos ou melhor, sementes e mudas. Mas há muito mais a fazer: das 88 "procuradas", apenas 30 foram localizadas até agora.
Os engenheiros florestais já percorreram dez cidades, como Lapa, São João do Triunfo e Palmas, em busca de áreas de preservação ou unidades públicas de conservação que possam "esconder" árvores conhecidas (mas cada vez menos encontradas), como Imbuia e Canela Sassafrás, outras menos famosas, como Saputa e Canemaçu, e até espécies que não têm nome popular apenas denominação científica. Até agora foram cadastrados 492 exemplares. As árvores recebem uma plaqueta, são marcadas com fita plástica e uma tinta especial azul, e têm a localização por GPS registrada. As descobertas em campo foram para viveiros, onde as características de germinação de cada espécie passaram a ser estudadas.
"Ter um banco de dados sobre matrizes é o primeiro passo para a criação de um banco de sementes. E, de certa forma, um cadastro de matrizes é mais importante que um banco porque algumas sementes perdem a capacidade de germinar depois de um tempo guardadas", comenta Blum. O trabalho é desenvolvido pela Sociedade Chauá e é um dos financiados pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza (veja acima). Foram R$ 40 mil para a primeira fase, que terminou em 2012, e mais R$ 40 mil para a etapa que começa agora.



