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O desequilíbrio radioativo da Terra, provocado em sua maior parte por emissões de gases de efeito estufa e fator determinante para o aquecimento global e a elevação do nível dos oceanos, aumentou 44% em seis anos. A estimativa é uma prova de que as mudanças climáticas continuam aceleradas e consta do rascunho do relatório que cientistas e delegados governamentais do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas debatem nesta semana, em Estocolmo.

O documento do primeiro grupo de trabalho do IPCC em 2013 está em discussão na capital sueca e deve ser divulgado entre quinta e sexta-feira, após o debate ainda em curso entre delegados de 195 países e a comunidade científica. No texto, há destaque para um novo dado sobre a chamada "forçante radioativa", uma unidade de medida que ajuda a comparar as responsabilidades humana e natural pelo aquecimento global.

No documento se lê que "o aumento da concentração de CO2 desde 1750 dá a maior contribuição líquida para a forçante radioativa e também a maior contribuição para aumentar a força antropogênica (causada pelo homem) em cada década desde os anos 1960". Segundo o IPCC, a forçante radioativa vem crescendo "mais rapidamente" desde 1970. "O total antropogênico da forçante radioativa para 2011 é 44% maior".

Este é mais um passo que os cientistas dão no sentido de estabelecer uma avaliação quantitativa do grau de responsabilidade humana pelo aquecimento. O rascunho ainda é genérico sobre o tema. "É extremamente provável que a influência humana no clima tenha causado mais da metade do aumento observado da temperatura média na superfície global entre 1951 e 2010", diz o texto. "Há alta convicção de que isso aqueceu o oceano, derreteu neve e gelo, elevou o nível global do mar".

Mudanças

A sentença ainda pode evoluir até quinta ou sexta-feira, quando o relatório final deve ser apresentado, porque é justamente a terminologia do documento que está em discussão. Para o físico brasileiro Paulo Artaxo, doutor em Física Atmosférica, professor da USP e membro do IPCC, as informações sobre o desequilíbrio radioativo da Terra são o que há de mais importante no relatório até aqui. "A forçante radioativa do relatório de 2007 era 1,6 watts por metro quadrado. Agora é de 2,2 watts por metro quadrado. Isso significa que o homem está alterando muito o balanço radioativo terrestre", explicou.

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