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Corpo do menino assassinado foi encontrado em um terreno baldio no Umbará | Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Corpo do menino assassinado foi encontrado em um terreno baldio no Umbará| Foto: Aniele Nascimento/Agência de Notícias Gazeta do Povo
  • Foto da família mostra Gabriel Henrique Vieira com a idade de 9 anos
  • O menino estaria a caminho da escola quando ocorreu o assassinato
  • Segundo a Delegacia de Homicídios, o corpo tinha sinais de três facadas no abdômen, uma na axila, duas nas costas e dois cortes profundos no pescoço
  • Gabriel Henrique Vieira tinha uma relação complicada com o padrasto, afirmaram moradores da região

O corpo de um adolescente de 13 anos foi encontrado em uma área verde próximo a Rua Nicola Pellanda, no bairro Umbará, em Curitiba, por volta das 7h20 desta quarta-feira (12). A vítima, Gabriel Henrique Vieira, vestia uniforme escolar e estava com sete perfurações feitas por um objeto contundente. O crime foi cometido no percurso entre a casa do menino e o Colégio Estadual Padre Claudio Morelli, onde cursava o 7.º ano.

Familiares da vítima foram ouvidos pela Delegacia de Homicídios na tarde desta quarta-feira (12). A mãe do menino foi ouvida à tarde e disse à polícia que não sabe quem pode ter sido o responsável pelo crime.

Uma das linhas de investigação da polícia aponta que o crime pode ser tido resultado de uma briga entre jovens, causada por bullying, segundo o delegado Rubes Recalcatti.

O padrasto do menino também depôs e disse que estava trabalhando às 7h20. O homem trabalha como pedreiro. "Ele prestou depoimento, foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer uns exames e foi liberado", disse o delegado.

Perfil

Segundo professores e colegas, Gabriel era um menino tranquilo, bom estudante e muito caseiro. O menino chegou a morar com a avó paterna, Zeli Hothovolph, 69 anos. "Sempre foi meu xodozinho", diz ela.

A avó Zeli conta que ele passava boa parte do tempo em frente ao computador, entre um desenho e outro. Nas sextas-feiras, frequentava o grupo de jovens de uma igreja Batista, junto com a irmã. As fotos espalhadas pela casa demonstram o carinho que tinha pela mãe, mostrando-o abraçado. Para uma amiga da família, Gabriel não gostava muito de sair. Ele preferia ficar em casa com os cachorros.

O crime

O corpo do estudante foi encontrado por um aluno da escola. Pelo levantamento preliminar do Instituto de Criminalística, o corpo tinha sinais de três facadas no abdômen, uma na axila, duas nas costas e dois cortes profundos no pescoço. Segundo a mãe, Olivina das Graças Alves Batista Vieira, o filho teria acordado por volta das 7 horas e se despedido às 7h10. "Foi a uma última vez que vi meu filho", relata emocionada. Junto ao corpo foi encontrada a mochila com os R$ 10 que a mãe tinha dado ao filho no dia anterior para o lanche.

Por conta de uma briga com alguns alunos da escola, há dois anos, na qual Gabriel teria sido agredido, a mãe passou a levar o filho até a avenida principal. Nos últimos meses, deixou de fazê-lo porque o menino, normalmente, era acompanhado por uma colega, moradora da mesma rua. Nesta quarta-feira (12), ele resolveu cortar caminho. A amiga, no entanto, seguiu o caminho de asfalto.

O celular do menino não foi encontrado com ele no local do crime. A família ligou para o número dele, e a ligação foi atendida por um homem, que desligou em seguida. Em outras tentativas, ninguém mais atendeu ao telefone.

O local

O matagal onde o corpo foi encontrado é usado comumente por outros alunos que cortam o caminho e, segundo moradores, tem sido motivo de preocupação por servir de esconderijo e rota de fuga de criminosos.

O vizinho ao local onde o estudante foi encontrado, Jair Santana Chaves, 53 anos, diz não ter ouvido nenhum som. No local existe uma fábrica de móveis. Ele confirma que o "carreirão" é perigoso e que, há 30 anos, foi solicitado para a prefeitura a construção de uma rua que ligaria a Rua Francisco Gabardo com a Nicola Pellanda. "E até agora nada, para a nossa insegurança".

Criminalidade

No dia 6 de setembro, a Patrulha Escolar atendeu um chamado do Colégio Estadual Padre Claudio Morelli sobre uma briga entre duas alunas. Conforme boletim, uma aluna com uma faca de cozinha chegou a lesionar uma colega de turma.

De acordo com o comandante do Batalhão de Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), tenente coronel Douglas Sabatini Dabul, a motivação iniciou na rede social. O uso da arma branca foi justificado como proteção. "Diante desses quadros de violência, ressaltamos a necessidade da participação da família na vida dos filhos. É importante saber onde estão, com quem estão e o que pensam", aconselha.

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