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| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Sem falsa modéstia, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta-feira (23) que vai Brasília receber o prêmio pela gestão da água no Estado de São Paulo, dada a ele pelo Congresso Nacional.

“Modéstia parte, [o prêmio] é merecido”, afirmou o governador tucano.

Segundo ele, “São Paulo hoje é um modelo para o Brasil do ponto de vista de recursos hídricos”.

Ao justificar a premiação, Alckmin, que participou no fim da manhã de uma evento sobre segurança pública, no bairro da Liberdade, em São Paulo, listou todas as ações, alguma “históricas”, segundo ele, tomadas pela sua gestão no combate da crise da água. Ele também dividiu os louros da conquista com os moradores do Estado.

“O prêmio não é a mim, mas a toda a população de São Paulo, ao esforço que foi feito pela secretaria de recursos hídricos e pela Sabesp”.

O governador é um dos vencedores do prêmio Lucio Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação, que visa reconhecer as iniciativas que buscam a melhora da vida dos cidadãos. Para receber o prêmio, o governador paulista foi indicado pelo deputado tucano João Paulo Papa. O parlamentar, além de ter sido prefeito de Santos, também foi diretor da Sabesp.

Papa justifica a escolha pelos avanços de São Paulo, nos últimos anos, para atingir a universalização do saneamento. Papa diz que a atual crise hídrica apenas joga luz no esforço do governador nesse setor.

Após a indicação do deputado, Alckmin foi eleito de maneira unânime pelos parlamentares membros da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara.

Controvérsia

Apesar do prêmio, a gestão da água em São Paulo recebeu, desde o início de 2014, diversas críticas de especialistas e entidades. Para o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, faltou planejamento na condução da estiagem que ocasionou a crise. A tese é compartilhada por relatórios do Tribunal de Contas do Estado que apontam que o governo do Estado tinha indícios de que uma forte seca atingiria São Paulo. Segundo o TCE, os alertas poderiam ter suscitado ações mais eficientes.

Segundo especialistas do meio acadêmico, o governo estadual demorou para tomar iniciativas de enfrentamento à escassez de água. Um dos antigos críticos ao governo é o atual presidente da Sabesp (empresa paulista de saneamento), Jerson Kelman.

Antes de ser escolhido para o cargo, ele havia criticado a demora do governo estadual em adotar medidas antipopulares que pudessem frear o consumo de água da população. Na época, Kelman criticava a não adoção de uma tarifa mais cara para consumidores que aumentassem o consumo de água.

A crítica foi feita em 2014, ano eleitoral que reconduziu Alckmin ao posto de governador. A tarifa mais cara para os “gastões” como o próprio governador gosta de chamar, só foi instituída um ano após o início da crise e depois de sua reeleição.

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