
Outubro deve ser o mês de caos no trânsito para o curitibano. As obras de revitalização da Marechal Floriano Peixoto chegaram a um estágio em que é necessária a execução de bloqueios em cruzamentos importantes da região central. A prefeitura pede calma aos motoristas e promete que os tempos ruins serão apenas até o fim do mês. Ontem, já foi possível sentir as primeiras conseqüências. Como em um efeito dominó, a lentidão do trânsito da região central foi sentida em bairros, como Batel, Jardim Botânico e Alto da XV. A partir de amanhã, a situação deve piorar, já que mais um cruzamento da região central será bloqueado.
Para a conclusão da revitalização da Marechal Floriano Peixoto, foram necessárias adaptações em vias próximas, com obras de concretagem. Desde sábado, a Avenida Visconde de Guarapuava está bloqueada, na pista da direita, entre a Barão do Rio Branco e a Lourenço Pinto. A previsão é que a obra neste ponto dure cinco dias. Em seguida, será a vez de fazer o bloqueio no mesmo ponto, mas na pista da esquerda da Visconde de Guarapuava. Desde sábado também, a Avenida Sete de Setembro está com a pista de carros interrompida no sentido Rodoferroviária, no trecho entre a Desembargador Westphalen e Marechal Floriano Peixoto.
Ontem, a André de Barros também passou a funcionar em meia-pista no cruzamento com a Lourenço Pinto. Nesse caso também serão necessários cinco dias para a conclusão. Em seguida, as obras serão feitas no mesmo cruzamento, mas na meia-pista restante da André de Barros. A previsão é que a partir de amanhã outro trecho seja bloqueado: o cruzamento da Lourenço Pinto com a Sete de Setembro. Os quatro bloqueios somados devem tornar o trânsito ainda mais caótico amanhã.
"São obras de finalização de área. Até o fim do mês, será necessário ter paciência", diz Rosângela Battistella, diretora de trânsito da Urbs, empresa responsável pelo trânsito e transporte público em Curitiba. As obras estão concentradas na Lourenço Pinto porque a rua está sendo preparada para abrigar a Estação Central da Linha Verde. A Lourenço Pinto faz parte também do projeto de revitalização da Marechal Floriano Peixoto e implantação da linha direta do Boqueirão, chamada ligeirão.
Ontem, o efeito dos bloqueios chegou a ser sentido em vias distantes da região central, como Avenida das Torres. Contudo, os usuários da Avenida Visconde de Guarapuava, Rua André de Barros, Avenida Sete de Setembro e Rua Lourenço Pinto foram os mais atingidos. Pela manhã, de acordo com o gerente de um estacionamento da André de Barros, Paulo de Souza, 26 anos, o pátio de carros do estabelecimento estava mais vazio do que de costume. "As pessoas estão chegando atrasadas. Tem um cliente que se atrasou uma hora e meia para o trabalho", conta.
"Tomara que a situação melhore. Eles têm que agilizar. No fim de semana não mexeram quase nada", conta o proprietário de uma distribuidora de doces da região, Marcos Staub, 34 anos. "Está péssimo", resumiu o taxista Adirlei Souza, 53 anos, a referir-se ao trânsito na região. "Estava tudo congestionado", conta a funcionária pública Célia Martins Tosta, 52 anos.
Acidentes
De acordo com Rosângela, o caos no trânsito ontem não foi gerado apenas pelos bloqueios. "Além do problema das obras, coincidiu de três carros quebrarem e ocorrerem dois acidentes", afirma. Os carros, segundo Rosângela, quebraram no Viaduto do Colorado, na Silva Jardim e na Avenida Afonso Camargo. Um dos acidentes ocorreu, pela manhã, no início da Mariano Torres, com a colisão entre um caminhão e um carro. O outro acidente aconteceu no cruzamento da Mariano Torres com a Avenida Afonso Camargo. Um ônibus biarticulado bateu em um caminhão. Ninguém ficou ferido nos dois casos.
Segundo Rosângela, a partir de hoje, a tendência é que a lentidão diminua um pouco. "Ontem foi o primeiro dia de semana com bloqueio. Embora tenhamos avisado, muitas pessoas esqueceram", afirma. Quem quiser fugir da confusão terá que procurar um caminho alternativo por conta. A prefeitura optou por não indicá-los, de acordo com a diretora de trânsito da Urbs. "Cada um deve procurar seu caminho alternativo. Se indicarmos um caminho e todos forem usá-lo, ele vai congestionar também", diz Rosângela. A Diretran, no entanto, orienta o desvio pela Avenida Iguaçu ou Rua Engenheiros Rebouças.
De acordo com a Urbs, agentes de trânsito devem se concentrar na região central durante todo o mês para orientar os motoristas e ajudar na fluidez do trânsito. Ontem, 20 agentes trabalharam em horário de pico. Nos horários entre picos, a equipe era formada por dez agentes.




