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Milícia extorquia cidadãos de moradia popular

Beltrame: dificuldade de acabar com as milícias | Shana Reis/GERJ/Fotos Públicas
Beltrame: dificuldade de acabar com as milícias (Foto: Shana Reis/GERJ/Fotos Públicas)

Uma operação da Polícia Civil do Rio descobriu que a milícia conhecida como Liga da Justiça, de atuação na zona oeste da cidade, explorava 5 mil moradores de seis condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida do governo federal. Segundo a polícia, os criminosos obrigavam os moradores a fazer pagamentos mensais por serviços como água, luz, internet e segurança. Os policiais calculam que o rendimento da quadrilha chegava a mais de R$ 1 milhão ao mês.

Até a tarde de ontem, 21 pessoas haviam sido presas na operação. Dessas, 20 faziam parte dos 27 mandados de prisão expedidos pela Justiça. Uma outra foi detida em flagrante por porte ilegal de arma. Segundo a polícia, integravam o grupo cinco PMs, quatro ex-PMs, um bombeiro, um policial civil, um agente penitenciário e um militar do Exército. Os outros 14 seriam civis integrantes da Liga. "As milícias existem há 20 anos e nunca foram combatidas antes. Muitos até apoiavam. Hoje, é um trabalho difícil, até porque há tentáculos, ramificações. É difícil", desabafou o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame.

A Operação Tentáculos, como foi chamada, teve início na madrugada de ontem com a participação de 350 policiais civis. A Draco-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais), que coordenou a ação, teve o apoio do Ministério Público Estadual, da Subsecretaria de Inteligência e das corregedorias da PM e do Sistema Penitenciário do Rio.

De acordo com o delegado Alexandre Capote, da Draco, os milicianos esperavam a ocupação dos imóveis e faziam uma abordagem ao morador. Nesse momento, ofereciam à pessoa uma série de serviços. Quem se recusava a pagar pelos "serviços" era agredido ou morto diante dos moradores. Também, segundo a polícia, poderiam ser expulsos dos apartamentos. A polícia não revelou quantos moradores tiveram que deixar as unidades ou acabaram sendo assassinados.

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