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O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comparou, nesta quarta-feira (17), a polêmica sobre a medida provisória que determina que estudantes de medicina tenham que trabalhar por dois anos no Sistema Único de Saúde (SUS) à implementação de cotas raciais em universidade públicas.

Mercadante citou outros programas, hoje já consolidados no país, e que também sofreram resistências quando foram apresentados originalmente. Entre eles, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e a política de cotas raciais para acesso à universidade pública.

"O Enem foi dificílimo aprovar, mais difícil ainda implantar. Hoje nós temos 7,6 milhões de inscritos, e é uma grande vitória da educação brasileira. Havia muita resistência dos cursinhos, das taxas de vestibulares. E hoje ficou claro que é uma coisa republicana, democrática, necessária, que existe em outros países do mundo. Foi assim com o Prouni, foi duríssimo aprovar. Foi assim com as cotas, que demoraram 13 anos tramitando até implantar", disse.

O ministro minimizou, ainda, a apresentação de emendas que desfiguram a base do projeto. Foram propostas 567 alterações ao texto original do programa "Mais Médicos".

Ao menos 58 delas, apresentadas inclusive por congressistas da base de apoio do governo, atingem a espinha dorsal do programa. Elas acabam com a criação do 2º ciclo nos cursos de medicina, tanto da rede pública quanto em faculdades privadas.

As emendas também alteram as regras pretendidas pelo governo para a "importação" de médicos estrangeiros. Parte dos parlamentares defende, fazendo coro com entidades médicas, que esses profissionais tenham seus diplomas revalidados no Brasil antes que possam atuar no país - o governo é contra a revalidação.

Segundo ele, a polêmica é normal em propostas que mexem com "padrões já estabelecidos". "Toda matéria dessa envergadura, que mexe com padrões já estabelecidos no Brasil geram esse tipo de interesse por parte dos parlamentares", disse o ministro.

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