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      Um grupo de jovens do projeto ambientalista Arborize e alguns moradores de um condomínio residencial no Bacacheri, em Curitiba, protestam contra a possibilidade do corte de uma araucária que está no terreno do condomínio, nas proximidades do Aeroporto do Bacacheri. O ato teve início na quarta-feira (22). A árvore, de grande porte, foi podada na quarta e seria derrubada nesta quinta-feira (23), depois que um pedido para o corte feito à secretaria municipal do Meio Ambiente foi acatado.

      Os moradores do local informam que havia uma equipe especializada no local, nessa tarde, para fazer o corte, mas a incidência de ventos fortes teria inviabilizado o trabalho e a araucária continuou no mesmo lugar.

      Alguns moradores do local e os ativistas do projeto Arborize afirmam que vão continuar com o protesto e buscam alternativas para reverter a decisão. "Nós não vimos nenhum laudo que afirme que a árvore oferece risco para os moradores. Estamos atrás dos órgãos públicos e entidades que possam nos ajudar", comenta uma das moradoras, Fernanda Gomes.

      Moradores e ambientalistas querem defender a árvore, mas a secretaria de Meio Ambiente informa que há uma autorização para a derrubada da araucária. De acordo com a assessoria de imprensa do órgão, a autorização para o corte é do dia 12 de dezembro de 2013, indicando que havia risco para casas, carros e pessoas na região. O aval teria sido confirmado por causa de uma análise fitosanitária da árvore, que constatou o comprometimento da base. Uma ocorrência anterior, de queda de galho com danos materiais, endossou a medida.

      Caso a árvore seja retirada, o condomínio, que abriga 13 casas, terá de fazer ações de contrapartida. Será preciso plantar quatro mudas de espécie florestal nativa com altura mínima de um metro, devidamente identificadas e tutoradas no mesmo terreno onde estava o pinheiro. Caso não haja espaço, condomínio terá de fazer doação de mudas de árvores para município.

      Pedido

      Há um imbróglio entre os moradores sobre quem teria feito o pedido para o corte da árvore. Em 1998, a Aeronáutica tinha solicitado a retirada das árvores (leia mais abaixo).

      Dessa vez, condôminos que defendem a permanência da araucária dizem que o pedido teria sido uma articulação de vizinhos que não querem a árvore ali e que dizem que a solicitação teria sido feita novamente pela Infraero.

      No Aeroporto do Bachacheri, ninguém soube informar sobre a situação. A secretaria de Meio Ambiente também não divulgou quem foi o autor da solicitação.

      História antigaEm 1998, a mesma árvore já ocupou as páginas dos jornais. Na época, a Infraero havia solicitado a retirada da araucária, para evitar problemas com pousos e decolagens no Aeroporto do Bacacheri.

      O ambientalista João Bello se acorrentou por sete horas ao pinheiro e conseguiu que a Promotoria de Proteção ao Meio Ambiente do Ministério Público do Paraná (MP-PR) se posicionasse contra a retirada da árvore.

      Na época, o promotor responsável entrou em contato com o engenheiro florestal que tinha concedido a autorização e a licença para o corte foi suspensa temporariamente.

      Agora, os moradores e ativistas voltaram a entrar em contato com o MP-PR para pedir apoio à causa. Eles fizeram um evento no Facebook para angariar apoiadores.

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