Moradores da Vila Zumbi e da Vila Liberdade, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba, prometem fechar a BR-116, na próxima semana, para protestar contra a falta de segurança na travessia da rodovia que liga Curitiba a São Paulo. Desde o último fim de semana, quatro pessoas morreram e uma ficou gravemente ferida devido a atropelamentos ocorridos no trecho da BR que corta as duas localidades.
O presidente da Associação de Moradores da Vila Zumbi, Genésio Medeiros Filho, lamenta a situação. "É sempre um risco atravessar a rodovia. A única opção para os moradores das duas vilas é fazer a travessia na altura da lombada eletrônica, já que ali os carros diminuem um pouco a velocidade", explica. Mesmo assim, segundo ele, o risco é grande, principalmente para idosos e para quem atravessa com crianças.
O último acidente ocorreu por volta das 20 horas de quarta-feira, quando uma mulher de 48 anos faleceu ao tentar atravessar a BR. No domingo, outras três pessoas morreram em conseqüência de um atropelamento provocado por uma motocicleta. Uma outra vítima está em coma. "Enquanto não tivermos uma maneira segura de fazer a travessia, casos como esses podem continuar acontecendo", diz Genésio.
Segundo ele, os motoristas das duas localidades também são prejudicados. "Quem mora na Vila Liberdade e precisa dirigir na rodovia em direção a São Paulo tem de ir até o Trevo do Atuba para pegar um acesso à pista. São dois quilômetros de percurso", reclama.
Segundo a assessoria de imprensa do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), existe um projeto de adequação viária da BR-116 que contemplaria o trecho que corta as vilas Zumbi e Liberdade. As obras, porém, não têm data para iniciar, já que o processo de licitação sequer foi aberto.
As melhorias fazem parte de um pacote de reformas na rodovia, que contaria com intervenção na pista e implantação de vias laterais nos municípios de Quatro Barras, Campina Grande do Sul e Curitiba. Na altura da Vila Zumbi, O Dnit planeja construir uma passarela e uma passagem subterrânea para que os moradores atravessem a rodovia com segurança.
Por enquanto, funcionários de empreiteiras contratadas pelo Dnit estão retirando os antigos "guard-rails" metálicos que separam as pistas e preparando a instalação de barreiras de concreto, do tipo "New Jersey". Segundo o engenheiro Ronaldo de Almeida Jares, da Unidade Local de Colombo do DNIT, as barreiras metálicas foram retiradas ao longo de todo o trecho para permitir o corte do asfalto, onde será fixada a barreira de concreto. A mureta será implantada nas duas pistas, a partir do Atuba, em 14 quilômetros de trecho até o Contorno Leste. Essa é a primeira fase da remodelagem da BR-116, que deve estar pronta até o fim do ano.
