Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Morro do Baú

Moradores revêem os restos do que tinham

Na hora de voltar para casa,habitantes da área mais afetada em Santa Catarina encontram destroços, mas mantêm as suas esperanças

Hora de ver os estragos: moradores tentam resgatar o que tinham e reconstruir suas vidas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Hora de ver os estragos: moradores tentam resgatar o que tinham e reconstruir suas vidas (Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo)

Ilhota - Cerca de 24 mil catarinenses atingidos pela chuva já voltaram para casa. Ontem, foi a vez de os moradores da área que mais registrou vítimas, o Morro do Baú, em Ilhota, começarem o retorno. Quinze dias depois dos deslizamentos de terra que mataram 37 pessoas na localidade, o acesso parcialmente liberado beneficiou apenas 12 famílias.

Geólogos continuam avaliando as áreas sob risco. A resposta que os moradores – tanto de Ilhota quanto de outras cidades atingidas pela chuva – aguardam é se poderão ou não voltar para casa. Em todo o estado, 6,2 mil pessoas estão em abrigos. Outras 27,2 mil estão em casas de parentes e amigos. No total, 33,4 mil estão fora de seus lares. Ontem o número de mortos chegou a 123.

A permissão para que algumas poucas pessoas voltassem para casa ontem deu uma ponta de esperança a todos os moradores do Baú. Marcos José Petry e Jair Bachamann, por exemplo, ainda não têm acesso à sua casa, mas voltaram a trabalhar ontem numa serraria do morro. "Para levar a vida é bom ter emprego. E por causa disso estamos limpando a serraria desde sexta-feira", afirmou Petry.

"Tenho seis funcionários. Estou tentando voltar a produzir e fazer o possível para ficar com eles", afirma o proprietário da serraria, Alcione José Richert, que aguarda o restabelecimento da energia e da água para poder retomar a produção. Os prejuízos estão sendo calculados. O dono de uma fábrica que produz caixa para bananas, Ereno Schmidt, estima um prejuízo de R$ 2 mil por ter ficado 15 dias parado. Já o empresário Luiz Fischer tem três empresas que ficaram fechadas. Por mês, elas arrecadam R$ 18 mil.

Cautela

A reabertura, no entanto, exige cautela. Geólogos avaliam as construções e escrevem na frente delas se a família pode voltar ou não. Se a casa recebe um "A" é sinal que os moradores podem voltar sem preocupação. Se os geólogos escrevem um "D", a construção está interditada. A casa de Veronita Pelz recebeu um "B". A moradora sabe que a qualquer sinal de chuva vai ter de sair.

Ontem, Veronita se surpreendeu ao ver os estragos que a chuva tinha feito. Um carro foi arrastado por metros até o bananal; postes tinham caído e muros foram destruídos pela chuva. Apesar das imagens e da lembrança de 18 pessoas terem ficado quase ilhadas na casa dela, Veronita não via a hora de voltar para casa. "Mas é claro que tenho medo", afirma.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.