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 | Valter Campanato/ Agência Brasil
| Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, 85, será enterrado às 17h deste sábado (15) no Cemitério do Araçá, zona oeste de São Paulo. Na noite desta sexta-feira (14), o médico passou mal e foi levado ao Hospital do Coração, em São Paulo, onde morreu.

O cardiologista foi internado em setembro no hospital após sofrer um infarto agudo do miocárdio. Em maio de 2012, o médico já havia sido internado com dores no peito. À época, ele mesmo diagnosticou o próprio infarto e deu orientações sobre o seu tratamento. Passou por um cateterismo e precisou colocar um stent (prótese metálica para a desobstrução de artérias).

Diretor-geral do HCor e um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil, Jatene tinha mais de 20 mil procedimentos em seu currículo. Foi o primeiro a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil e inventou aparelhos e equipamentos médicos. Filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho, era natural de Xapuri. Estudou na USP (Universidade de São Paulo) e aos 23 anos formou pela Faculdade de Medicina. A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade.

Nunca se filiou a partidos, mas participou de várias gestões. Atuou como secretário estadual da Saúde de São Paulo (1979-1982), no governo de Paulo Maluf, e duas vezes como ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1992, por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses). No governo de FHC, criou a CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira), para ajudar a financiar a saúde brasileira.

Ano passado, chegou a presidir uma comissão de especialistas que ajudou o governo federal na formulação de projeto para mudanças no ensino médico, mas se afastou depois de o governo de Dilma Rousseff (PT) lançar, à revelia da comissão, o programa Mais Médicos.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Jatene criticou o fato de os programas de residência darem ênfase à alta tecnologia e especializações. "O médico precisa se transformar em um especialista de gente", disse ele à época. Autor e co-autor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional, deixa a esposa Aurice Biscegli Jatene e quatro filhos -os médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da arquiteta Iara.

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