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São Paulo – Responsável pela sonoridade transgressora do movimento tropicalista, o maestro carioca Rogério Duprat morreu ontem, aos 74 anos, de insuficiência renal crônica, decorrência de um câncer na bexiga. Há 30 anos, Duprat vinha perdendo progressivamente a audição, e também sofria de mal de Alzheimer.

Nascido no Rio de Janeiro, mas vivendo em São Paulo desde os anos 1950, Duprat iniciou sua trajetória musical como estudante de Filosofia da USP, época em que passou a ouvir e pesquisar a música eletrônica. Nesse período, integrou a Orquestra Sinfônica Municipal e foi um dos fundadores e diretores da Orquestra de Câmara de São Paulo. Em 1967, iniciou a passagem da música erudita para a popular, fazendo os arranjos para a música "Domingo no Parque’’, de Gilberto Gil.

Seu relacionamento com músicos como Gil levou-o ao núcleo do movimento tropicalista, o que resultou, em 1968, no álbum "Tropicália ou Panis et Circenses’’. Além dos tropicalistas, Duprat fez arranjos para "Construção’’, de Chico Buarque. Ele também tem uma extensa discografia de trilhas sonoras de filmes.

Depois de passar um período compondo jingles para campanhas publicitárias, nos anos 70 e 80, Duprat se retirou da cena artística, por conta de sua progressiva perda de audição.

Em 2003, o trabalho de Duprat foi foco de uma pesquisa acadêmica que resultou no livro "Rogério Duprat: Sonoridades Múltiplas’’ (ed. Unesp), da pesquisadora Regiane Gaúna. O maestro também foi tema do documentário "Rogério Duprat – Vida de Músico’’, de Pedro Vieira.

Neste ano, um disco inédito de sua autoria, "A Banda Tropicalista do Duprat’’ (1968), feito com os Mutantes, foi lançado em CD pela Universal.

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