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Noiara Elisabete Bonatto de Souza, de 26 anos, morreu depois de ser baleada em tentativa de assalto na fronteira | Divulgação/Internet
Noiara Elisabete Bonatto de Souza, de 26 anos, morreu depois de ser baleada em tentativa de assalto na fronteira| Foto: Divulgação/Internet

Depoimento

"A gente não teve tempo nem de pensar em reagir"

Ainda no hospital, enquanto aguardava informações sobre o estado de saúde da namorada, o veterinário Diego Ramires de Freitas comentou que ele e Noiara foram surpreendidos pelo ladrão. O casal chegou à fronteira na sexta-feira (11). "A gente já tinha feito algumas compras ontem (sexta) e resolveu voltar hoje bem cedo, comprar mais algumas coisas e retornar para casa ainda de manhã", comentou. O crime aconteceu pouco depois das 6h.

"A gente não teve tempo nem de pensar em reagir. Ele (o assaltante) passou correndo, andou mais dois metros, se virou, atirou e começou a dizer que era um assalto. Mesmo com ela caída, ficou pedindo dinheiro. Queria a bolsa dela que estava comigo. Falei que não tinha nada, foi quando ele se virou para os dois casais que vinham logo atrás e continuou o assalto. Depois disso, não vi mais nada", completou, bastante abalado.

A turista gaúcha que foi baleada no abdômen em uma tentativa de assalto na Ponte da Amizade, que liga Foz do Iguaçu ao Paraguai, na manhã deste sábado (12), morreu por volta das 16 horas. Ela chegou a ser operada, mas não resistiu à forte hemorragia provocada pelo projétil que atingiu o intestino, a bexiga e uma artéria na altura da coxa. A família da turista está a caminho da cidade. Noiara Elisabete Bonatto de Souza, de 26 anos, deixa uma filha de sete anos.

De acordo com informações preliminares da Polícia Civil de Foz, que dá apoio ao caso, Noiara estava acompanhada do namorado, o veterinário Diego Ramires de Freitas, e eram seguidos por um grupo de quatro pessoas do Rio Grande do Sul que atravessavam a ponte para fazer compras no Paraguai. Ela teria sido baleada já na parte paraguaia da ponte e na sequência foi dada a voz de assalto.

O casal é de Passo Fundo e não fazia parte do grupo de gaúchos que o seguiam, que eram de Getúlio Vargas, na mesma região.

Testemunhas

Um homem, que pediu para não ser identificado, viu toda a ação. Segundo a testemunha, foi possível identificar três indivíduos suspeitos na mesma região da ponte. Um homem, que aparentava ser menor de idade, passou pelo grupo e surpreendeu o casal: ele atirou na mulher e deu voz de assalto.

O tiro atravessou a barriga da gaúcha e os estilhaços atingiram a perna de uma das testemunhas. Ainda de acordo com o homem, mesmo com a confusão formada pelo tiro, o assaltante continuou pedindo dinheiro. Ele deu R$ 4 mil para o bandido, que fugiu, enquanto o grupo se ocupou de socorrer Noiara.

A testemunha conta que o assaltante e seus dois comparsas pularam a grade de proteção que separa carros de pedestres e montaram na garupa de um mototáxi paraguaio e seguiram em direção ao Brasil. A placa da moto foi anotada e a polícia faz buscas pelo veículo.

Enquanto isso, o grupo carregou a turista baleada no colo até o lado paraguaio, onde pegaram um van e a levaram para o Hospital Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu. O grupo pediu ajuda no posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que prestou os primeiros atendimentos e repassou o caso para a Polícia Civil.

Noiara foi transferida para o Hospital Municipal, onde passou por uma cirurgia, mas não resistiu. O namorado da turista já prestou depoimento e descreveu o assaltante à Polícia Civil de Foz. As outras testemunhas do crime também prestaram depoimento durante a manhã.

Como o tiro foi disparado no lado paraguaio da ponte, a investigação do assalto e tentativa de homicídio fica por conta da Polícia Nacional Paraguaia, mas a polícia brasileira está dando apoio ao caso.

Câmeras

No início da tarde, o prefeito de Foz do Iguaçu Reni Pereira esteve no Hospital Municipal acompanhado da esposa, Cláudia Pereira, e do secretário de Saúde, Odair José Silve. "Vim saber como ela (Noiara) está e prestar solidariedade aos familiares. Estamos à disposição para o que precisarem. A polícia está em diligência procurando os envolvidos e tenho certeza que o caso será solucionado o mais rápido possível."

Mais cedo, o delegado Getúlio Vargas informou que as imagens das câmeras de segurança instaladas na região da ponte seriam solicitadas à Guarda Municipal. "Essas imagens podem nos ajudar a identificar os assaltantes e em que direção fugiram. Uma das testemunhas anotou o número da placa de uma das motos paraguaias usadas na fuga. Não temos acesso ao cadastro dos veículos de lá. Caberá à polícia paraguaia levantar as informações."

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