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Mortos em atropelamento recebem homenagens

Aline Peres

Os corpos das duas vítimas do acidente na Praça Tiradentes foram velados e sepultados ontem na presença de amigos e familiares. O sonoplasta Edison Pereira da Silva, 56 anos, foi atropelado no ponto pelo ligeirinho. O diretor de patrimônio do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, Carlos Alberto Fernandes Brantes, 63 anos, pelo Peugeot arrastado pelo ônibus.

O velório de Edinho, como era conhecido no meio artístico, foi realizado no saguão do Teatro Guaíra, local onde atuou profissionalmente por 28 anos. O enterro ocorreu às 15 horas no Jardim da Paz, no bairro Barreirinha, onde estavam mais de 50 pessoas.

Para a produtora da orquestra do Teatro Guaíra, Rosana Santos, Edinho era mais do que colega. Era um amigo e companheiro de mais de duas décadas. Ela foi a primeira a avisar a família. Ao assistir às cenas na televisão, ligou para o celular do amigo. Um funcionário do Instituto Médico-Legal atendeu e lhe deu a triste notícia. Conforme ela, Silva teria saído para ir ao Banco do Brasil próximo ao teatro, mas, como o caixa eletrônico estava com problemas, resolveu ir até a agência da Praça Tiradentes. "Uma fatalidade", afirma.

Fabrício Camargo da Silva, 28 anos, filho do sonoplasta, estava em choque. Foi até o local no dia do acidente e retornou ontem para entender o que podia ter acontecido. O pai amava o trabalho que fazia: tinha começado como segurança do Teatro Guaíra e atuava como sonoplasta. Na opinião dele, pela proporção do acidente, só pode ter havido uma falha mecânica.

Saudades

O corpo de Carlos Alberto Fernandes Brantes foi velado e enterrado no Cemitério Água Verde. Para os amigos, ele era um homem muito inteligente e preocupado com a preservação da cultura paranaense. Formado em Administração e pós-graduado pela Fundação Getulio Vargas, aposentou-se pela Secretaria de Estado da Cultura. O correspondente bancário Silvio Guimarães, 64 anos, e o aposentado Argemiro Soares, 60 anos, tinham o hábito de se encontrar com Brantes, diariamente, na Boca Maldita. Rotina que, segundo eles, deixará saudade.

A viúva Deisi Regina Bozzi Bran­tes, 59 anos, viu o acidente na televisão e resolveu ligar para o hospital. Porém a família foi saber da morte somente no fim da tarde. Em discurso feito por um amigo, a lembrança do companheirismo e da falta que iria fazer não só no trabalho junto ao Ins­­tituto, mas no convívio das pes­soas próximas. O sepultamento foi encerrado com um "até logo, companheiro".

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