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Rodovias

Moto é minoria, mas se envolve muito em acidentes

Motocicletas são 1,79% dos veículos que rodam nas estradas paranaenses, mas estão presentes em 30% dos acidentes

Desrespeito à sinalização e falta das  observação de condições de ultrapassagem são as maiores responsáveis por acidentes com motociclistas em estradas | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Desrespeito à sinalização e falta das observação de condições de ultrapassagem são as maiores responsáveis por acidentes com motociclistas em estradas (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Ponta Grossa - Se na cidade ela impera, nas rodovias a motocicleta ainda é rara. Do total de usuários que passaram pelas praças de pedágio no Paraná entre os meses de janeiro e junho deste ano, somente 1,79% eram motociclistas. No entanto, apesar de o fluxo ser pequeno, três em cada dez acidentes têm o envolvimento de motocicletas. A exposição do piloto aos riscos e a imprudência são as principais causas. Os números são de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) no Paraná, entre janeiro e junho deste ano, que verificou 37,9 milhões de veículos nos pedágios – as motocicletas foram 679 mil.

Desde o último dia 19, por decisão do Tribunal Regional Federal, as motos estão isentas de pagamento de pedágio no Paraná, com exceção da área da Rodonorte, que mantém a cobrança embasada em liminar. No trecho administrado pela concessionária, o índice de presença de motos em acidentes cai para 12%, mas ainda é tido como preocupante. "Atribuímos esse elevado índice de acidentes a fatores humanos: desrespeito à sinalização e falta de observação das condições de ultrapassagem. Vemos muitas vezes motoqueiros atravessando pelo canteiro central e fazendo conversões proibidas", ressalta o gestor de interação com o cliente da Rodonorte, Sidnei Zanetti.

Outro levantamento, feito pela Polícia Rodoviária Federal, mostra que, dos 95 acidentes que envolveram motociclistas entre janeiro e setembro deste ano, 43% foram causados pela falta de atenção do piloto, conforme declaração no boletim de ocorrência.

O motoboy Elton Cenci, de Ponta Grossa, discorda do índice. Ele afirma que outros motoristas têm comportamento agressivo na direção nas estradas, como os caminhoneiros, que "jogam" o veículo para cima dos pilotos. Em março deste ano, Cenci levou um susto na estrada. Ele estava vindo para Curitiba quando um caminhão fechou um automóvel na BR-376. O motoboy, que vinha logo atrás, não conseguiu evitar a colisão contra a traseira do veículo. Ele sofreu arranhões, mas não desistiu do trabalho na estrada. "A gente tem mais retorno financeiro", afirma.

Risco de ferimento é maior para motociclista

Na área da Polícia Rodoviária Federal no Paraná, dos 95 acidentes ocorridos com motocicletas de janeiro até setembro, em 85 deles houve vítimas com ferimentos. Três pessoas morreram. Na Polícia Rodoviária Estadual não há estudo específico. "Pelas próprias características da moto, o condutor se machuca mais porque não há como se proteger do impacto", considera o diretor-científico da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), José Montal.

Para ele, o aumento geral da frota é uma das causas do volume de acidentes. Enquanto em 2000 havia 3.961.922 motos e motonetas no Brasil, em julho deste ano o número já é de 12.021.296. O Paraná segue a tendência nacional. Há oito anos, o Denatran registrava 279.994 motos e motonetas no estado. Hoje, a frota já alcança 844.622 veículos.

Embora não haja estudo sobre o aumento no número de acidentes com motos no Paraná, um recorte feito pela concessionária Caminhos do Paraná mostra a tendência. Em 2006 ocorreram 31 acidentes com motos, que deixaram três pessoas mortas. No ano passado, o número de óbitos dobrou para seis, em 52 acidentes. Neste ano, conforme a concessionária, já ocorreram 63 acidentes com cinco mortes.

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