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Com a reincorporação ao Pa­­raná e a Santa Catarina, a região do antigo território voltou a se queixar de abandono. O fato de nunca ter sido realizado um plebiscito para decidir o destino da área foi o mote para o surgimento de um mo­­vimento autonomista, que hoje, na opinião do pro­­fessor Sérgio Lo­­­pes, da Unioeste, não faz mais sentido.

A partir do início dos anos 60, o movimento se organizou de forma sistemática, com o objetivo de criar o estado do Iguaçu, uma nova unidade federativa com plena autonomia administrativa. "Esse movimento persistiu até meados da década de 90, passando por momentos de euforia e de arrefecimento, de acordo com a conjuntura política do estado e do país", conta Lo­­pes. "A população da região de abrangência do pretendido estado via o mo­­­vi­­mento como uma al­­ter­­na­­tiva para atender às suas necessidades. Já a maioria dos políticos das outras regiões dos dois estados via a ideia como um a mutilação do Paraná e de Santa Catarina, portanto se posiciona veementemente contra a criação do estado do Iguaçu", explica Lopes.

Para o professor, mesmo não tendo atingido seu objetivo, o movimento cumpriu um im­­portante papel para a região. "À medida que as demandas da população alimentavam a campanha autonomista, os governos estaduais do Paraná e de Santa Catarina tomaram medidas políticas e econômicas para, através do atendimento das reivindicações, tentar esvaziar o movimento emancipacionista", analisa. Mas hoje, continua Lopes, a realidade da região do Iguaçu é outra. "Ao longo desse período, a região adquiriu uma dinâmica econômica própria: superou os problemas decorrentes dos conflitos de terras, cresceu demograficamente, concluiu o processo de ocupação da fronteira agrícola, desenvolveu um processo de agricultura de mercado e tem expressiva participação no setor de comércio e serviços, sendo, também, um dos principais polos turísticos do país", afirma. "Portanto, não há argumentos que justifiquem a retomada da discussão sobre a criação do estado do Iguaçu", conclui. (AS)

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