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O Ministério Público (MP) investiga uma denúncia de que crianças teriam sido mantidas ilegalmente e sofrido maus-tratos durante anos em abrigo, em Piraí do Sul, região dos Campos Gerais.

Segundo reportagem do Paraná TV, a Corregedoria do MP começou a investigar irregularidades no Lar de Meninas Odicena Vargas em 2002 e, no fim de fevereiro, por determinação judicial, a diretora da instituição, Alegria Ortega, foi afastada depois de dirigir a casa por 31 anos.

A ex-diretora, que segundo o advogado que a defende não está na cidade, está sendo acusada de abrigar ilegalmente crianças no lar, mantido pela Assistência e Promoção Social Exército da Salvação (Aproses) ligado a uma igreja evangélica.

Na casa, viviam 80 crianças e jovens. O que as autoridades não sabem é como elas foram parar no abrigo.

De acordo com a promotora que investiga o caso, muitas meninas estão há anos na instituição sem que haja sequer um processo no Fórum. Existem ainda suspeitas de que na casa também eram feitas adoções irregulares.

EstatutoDesde que o Estatuto da Criança e do Adolescente foi criado, há 15 anos, somente a Justiça pode abrigar ou entregar uma criança em adoção. Mas o advogado da diretora afastada admitiu que algumas crianças podem ter sido abrigadas no lar de forma irregular. Para ele, o poder Judiciário sabia de tudo que se passava no lar.

Maus-tratosO Ministério Público investiga ainda denúncias de maus-tratos contra as meninas. A supervisora da Aproses nega e diz que as histórias teriam sido inventadas, mas algumas internas teriam contado que sofreram ou presenciaram agressões físicas.

Outra irregularidade levou o MP a pedir o bloqueio das contas bancárias de Alegria Ortega e da Aproses. Oito moças que vivem no lar recebem benefícios do INSS e deveriam ter uma conta-poupança, mas Ortega, que era curadora das jovens, depositava o dinheiro em nome da instituição.

O juiz Valter Ligeiri Júnior, que trabalhou em Piraí do Sul nos últimos dez anos, não foi encontrado para comentar as denúncias contra a administração da casa. De acordo com os funcionários do Juizado de Paranaguá, onde ele trabalha atualmente, o juiz está em férias e só deve voltar ao trabalho na semana que vem.

Veja na reportagem em vídeo imagens do abrigo

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