Após 15 dias de protestos no Colégio Estadual do Paraná (CEP), a Promotoria de Proteção à Educação do Ministério Público (MP) do Paraná decidiu intervir no conflito, enviando um ofício a todos os pais de alunos. No documento, entregue às famílias ontem, o promotor Clayton Maranhão faz um apelo para que os pais orientem os filhos a assistir normalmente as aulas para que o tumulto seja interrompido e para que o impasse se resolva. "Não sou contra o movimento dos estudantes, mas se eles querem se manifestar, isso deve ser feito no contraturno, não no horário de aula."
A necessidade de enviar o documento aos pais surgiu quarta-feira, quando a segunda reunião de negociação entre a Secretaria de Estado da Educação (Seed), a direção da escola e representantes de pais, alunos e professores foi cancelada por um tumulto na escola. Durante as últimas aulas da manhã, um grupo de estudantes iniciou mais um protesto contra a diretora da escola, Maria Madselva Ferreira Feiges, e entrou nas salas de aula para convocar os alunos, havendo brigas e explosão de bombas.
O ofício do MP tem objetivo de evitar que esse tipo de situação ocorra novamente. "Eles têm de entender que os direitos de manifestação e liberdade de expressão não se sobrepõem ao direito dos outros de permanecerem em sala de aula", comenta Maranhão, que acompanha o caso desde a primeira reunião de negociação, dia 14. No entanto, os estudantes temem que o documento prejudique ainda mais as negociações. "A carta desmoraliza os alunos, mostrando que somos apenas baderneiros", contesta um estudante.
Protesto
Durante a manhã de ontem, um grupo de cerca de 50 alunos esteve na Assembléia Legislativa para pedir a ajuda aos deputados. Como não há sessão na sexta-feira e nenhum deputado estava no local, os estudantes fizeram um protesto em frente ao edifício, gritando palavras de ordem como "Fora Madselva." Tanto no turno da manhã como no da tarde, somente as três primeiras aulas aconteceram normalmente. Após os intervalos, grande parte dos alunos se reuniu no pátio para protestar contra a diretora. Além do afastamento de Maria Madselva, os alunos pedem eleição direta para a direção da escola.
Segundo a assessoria de imprensa da Seed, a negociação só será feita quando todas as aulas voltarem ao normal, havendo possibilidade da reunião marcada para segunda-feira não ocorrer se houver continuidade dos protestos. Os alunos afirmam que as manifestações continuam até que Maria Madselva saia da direção.



