Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Justiça

MP pede liberdade de presos que disseram confessar sob tortura

Morte em 2006 motivou prisões. Polícia acredita que suspeito de estupros em série cometeu crime

O Ministério Público de São Paulo pediu, na noite desta terça-feira (2), a libertação de três homens acusados de matar uma mulher de 22 anos em agosto de 2006. Eles disseram aos promotores que confessaram o crime sob tortura.

Segundo a polícia, a vítima - cujo corpo foi encontrado em um terreno baldio - foi assassinada pelo maníaco de Guarulhos, jovem de 19 anos, suspeito de cometer homicídios e estupros em série na cidade da Grande SP. Ele está preso e já confessou a morte de outras cinco mulheres.

Na segunda-feira (1º), na cadeia, um dos acusados, declarou que, no momento da prisão, os policiais militares exigiram R$ 20 mil para permitir que ele tentasse fugir. Foi agredido, inclusive na delegacia, com choques elétricos e foi sufocado com um saco de lixo.

Outro disse que todos foram ameaçados para não revelar as agressões quando fizeram exame de corpo de delito. Só assinou a confissão por ter sido sufocado pelo delegado com um saco plástico.

O terceiro declarou que foi sufocado com um saco preto, foi pressionado a assinar um depoimento na delegacia, mas, inicialmente, se negou. Depois, assinou uma papelada, mas não sabe dizer seu conteúdo.

O promotor Marcelo Oliveira, que denunciou os três, é o mesmo que pediu a libertação. Na noite desta terça, ele falou sobre o erro. "A tortura é o maior meio de injustiça que pode haver. A tortura contamina todo o processo e esse processo, depois desses indícios de que a confissão foi obtida mediante tortura, está completamente fadado ao insucesso, à improcedência".

A denúncia de tortura contra os três rapazes – um deles tinha um filho com a vítima - será apurada pela promotoria de Guarulhos. Os policiais envolvidos no caso serão chamados para depor.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.