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Justiça

MP pede que Carli Filho seja julgado pelo Tribunal do Júri

Parecer do procurador de Justiça Alfredo Nelson da Silva Baki será encaminhado ao Tribunal de Justiça na próxima segunda-feira

O Ministério Público do Paraná (MP-PR) divulgou nesta sexta-feira (20) que vai pedir ao Tribunal de Justiça (TJ) que o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. O parecer do procurador de Justiça Alfredo Nelson da Silva Baki será encaminhado ao Tribunal de Justiça na próxima segunda-feira (23).

No parecer o procurador afasta as preliminares levantadas pela defesa ao pedir que o réu seja submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri. O advogado da família Yared e assistente de acusação, Elias Mattar Assad, disse que ficou otimista com a decisão e enalteceu o parecer judicioso. O advogado ainda disse não ter dúvidas de que Carli Filho vai a júri popular.

O advogado Roberto Brzezinski Neto, que defende o ex-deputado no caso, afirmou, na noite desta sexta-feira, que ainda não tinha conhecimento do parecer divulgado pelo MP-PR e disse que só vai se pronunciar sobre o caso na próxima semana.

O ex-parlamentar é acusado de cometer duplo homicídio com dolo eventual (quando o agente assume o risco de produzir o resultado) e de forma qualificada (quando a vítima não tem chance de defesa). O juiz da 2.ª Vara do Júri de Curitiba, Daniel Surdi de Avelar, decidiu que Carli Filho deve ser levado a júri popular, mas sua defesa entrou com um recurso no Tribunal de Justiça (TJ) do Paraná para tentar reverter a decisão.

Os desembargadores da 1.ª Câmara Criminal do TJ receberam o recurso e encaminharam o caso para a Procura­doria-Geral do MP-PR, que concluiu o parecer nesta sexta-feira. Agora, o caso retorna à pauta da Câmara Criminal para a decisão sobre o julgamento do ex-deputado. Assad acredita que o TJ dará uma resposta sobre o caso em 20 dias.

Os magistrados terão de decidir se o caso irá mesmo para júri popular ou transformar o crime de duplo homicídio com dolo eventual em um crime de trânsito. Nesse caso, o Carli Filho seria julgado na Vara de Delitos de Trân­sito. A 1.ª Câmara Criminal também poderá absolver sumariamente o acusado ou optar pela impronúncia, que suspende temporariamente o processo.

Dois anos depois do acidente que causou a morte dos estudantes Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20, em Curitiba, o acusado de ter provocado o acidente ao dirigir em alta velocidade e sob efeito de bebidas alcoólicas, o ex-deputado estadual Fernando Ribas Carli Filho, não foi julgado e ainda não há data para que o julgamento aconteça. Assad acredita que, mesmo com os possíveis recursos da defesa, o caso deve ser resolvido no segundo semestre de 2011.

Pena menor

A estratégia da defesa é tentar evitar que o caso seja levado para júri popular. Se for condenado por homicídio com dolo eventual de forma qualificada, Carli Filho poderá pegar uma pena que varia de 12 a 30 anos em regime fechado. Se for julgado pela Vara de Delitos de Trânsito, como pede a defesa, poderá ser condenado a uma pena bem menor: 4 anos em regime aberto.

Acidente

O acidente aconteceu no dia 7 de maio de 2009, entre meia-noite e 1 hora da manhã, quando os semáforos estavam apenas com o sinal amarelo de alerta piscando. Uma testemunha que viu o carro de Carli Filho bater relatou no processo que o carro dos dois jovens que morreram entrou em baixa velocidade na avenida. O carro de Carli estaria a 167 quilômetros por hora.

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