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Assassinato

MP quer reconstituir morte de Rafaeli

Policial militar que atirou contra o carro em que a estudante voltava de uma festa será indiciado por homicídio doloso

Assassinato da estudante Rafaeli Ramos Lima completou um mês ontem | Henry Milleo/Gazeta do Povoa
Assassinato da estudante Rafaeli Ramos Lima completou um mês ontem (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povoa)
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    Ponta Grossa - O assassinato da estudante Rafaeli Ramos Lima, 20 anos, ocorrido há um mês numa operação desastrosa da Polícia Militar, em Porto Amazonas, nos Campos Gerais, poderá ser reconstituído. O procurador de Justiça Leonir Batisti, do Grupo de Atenção Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que acompanha o caso a pedido do governo estadual, defende a reconstituição para acrescentar detalhes ao inquérito.

    A data ainda não foi marcada. "Mas acredito que deve ocorrer na semana que vem", diz Batisti. O Ministério Público receberá amanhã o inquérito conduzido pela delegada de Palmeira, Valéria Padovani de Souza. Ela afirmou ter ouvido todos os envolvidos e reunido elementos suficientes para indiciar o soldado Luís Gustavo Landmann por homicídio doloso (com intenção), cuja pena varia de 6 a 20 anos de prisão.

    O soldado Dioneti dos Santos Rodrigues, que estava na viatura com Landmann na noite do crime, não será indiciado. A pistola que ele portava não foi usada porque o gatilho travou. Em depoimento, Landmann admitiu ter feito os disparos contra o veículo Gol onde estavam Rafaeli e o amigo Diogo Soldi Schuhli, 21 anos. Ela morreu com um tiro na cabeça e ele foi ferido na boca com um disparo. Embora o Gol estivesse com cinco marcas de tiros na lataria, Landmann afirmou em depoimento ter atirado apenas três vezes.

    Inquérito Policial Militar

    O tenente-coronel Sérgio Renor Vendrametto, que presidiu o Inquérito Policial Militar (IPM), também levantou "indício de crime" contra o soldado Landmann. Ele isentou o soldado Rodrigues de participação na morte. O inquérito, concluído há 10 dias, estava sendo analisado pelo Comando Geral da PM e chegou ontem à Vara da Auditoria da Justiça Militar Estadual.

    O trâmite é parecido com o da Justiça comum. A partir de agora, o inquérito vai para o Ministério Público da Vara Militar, que define pelo oferecimento da denúncia contra os policiais, por novas diligências ou pelo arquivamento do processo. Entre as punições previstas para esse caso está a expulsão da corporação.

    Rafaeli e Diogo saíam de um baile de formatura em Porto Amazonas na madrugada de 13 de julho quando o Gol onde estavam foi alvejado pela polícia depois de uma colisão. Os policiais perseguiam contrabandistas de cigarro que ocupavam um carro parecido e já haviam furado três bloqueios policiais, entre União da Vitória e Porto Amazonas. Quando ocorreu a batida, os policiais acreditaram que estavam numa emboscada. Na mesma madrugada o carro perseguido, que era um Fiat Palio, foi encontrado batido em São Luiz do Purunã. Os contrabandistas conseguiram fugir.

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