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O Ministério Público do Rio (MP-RJ) solicitou à Justiça a quebra do sigilo fiscal e das contas bancárias do presidente da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, Ivo Meirelles, para verificar possíveis irregularidades desde da posse dele como presidente da agremiação, em abril de 2009, até dezembro de 2012. No pedido, feito ao Juízo da 39ª Vara Criminal nesta terça-feira, também foi requerida a quebra do sigilo bancário das contas correntes em nome da agremiação. De acordo com o MP, a medida faz parte da investigação que analisa a suspeita de envolvimento de Ivo Meirelles no crime de associação para o tráfico de drogas.

Segundo a promotora de Justiça de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos da Capital, Vera Regina de Almeida, responsável pelo inquérito, as informações solicitadas visam a verificar não apenas a evolução patrimonial de Ivo Meirelles, durante o período em que esteve à frente da diretoria da escola de samba, mas também as transferências bancárias realizadas.

O MP afirmou ainda que por determinação da Justiça, as informações sobre as contas bancárias existentes foram encaminhadas ao Órgão entre os meses de janeiro e fevereiro deste ano, e foram identificadas seis contas em nome de Ivo Meirelles e outras 54 em nome da escola de samba, nas quais ele consta como representante.

Ivo Meirelles foi indiciado pela 17ª DP (São Cristóvão) pelo crime de associação para o tráfico. A investigação foi requerida pelo MP, após denúncia anônima recebida pela Ouvidoria no dia 16 de dezembro de 2010. De acordo com a denúncia, os então líderes do tráfico de drogas Francisco Paulo Testas Monteiro, vulgo Tuchinha, e Alexandre Mendes da Silva, vulgo Polegar e sobrinho de Tuchinha, recebiam verbas da agremiação. O pagamento seria mensal, em torno de R$ 150 mil. Em troca, os traficantes teriam ordenado a nomeação de Ivo como presidente da escola e indicado outros integrantes para funções de diretoria.

A polícia também investiga a ligação entre três execuções num intervalo de apenas quatro horas e a disputa pelo poder na escola de samba. O assassinato de Acir Ronaldo Monteiro da Silva, o 2K, no último dia 17, morto com oito tiros na porta do condomínio onde morava, no Recreio, deu início a uma onda de terror na Mangueira. Em resposta à morte, bandidos mataram duas pessoas ligadas à escola.

Alan Carlos da Silva Silvio, de 24 anos, segurança da quadra da Mangueira, foi executado a tiros no alto da comunidade no mesmo dia. O corpo dele foi encontrado na manhã desta segunda-feira, carbonizado, num carro, em São Cristóvão. Jefferson Fernandes de Oliveira, de 21 anos, da bateria da Mangueira, foi morto após ser baleado em frente a um contêiner da UPP no Tuiuti, na madrugada seguinte.

Segundo testemunhas ouvidas pela Divisão de Homicídios, as mortes estariam ligadas às eleições na Mangueira, marcadas para 28 de abril. Ivo Meirelles, presidente da escola, teria prometido a representantes do tráfico que se afastaria após o carnaval. A decisão de Ivo de apoiar a candidatura de Chiquinho da Mangueira teria contrariado o tráfico.

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