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Mais de quatro mil trabalhadores rurais sem-terra acampados nas cidades da região sul de Mato Grosso do Sul invadiram na madrugada desta terça-feira a fazenda da empresa Someco S.A (Sociedade de Melhoramento de Colonização), localizada em Novo Horizonte do Sul, a cerca de 360 quilômetros de Campo Grande. A propriedade, que estaria parcialmente desativada, possui mais de 19 mil hectares, sendo quatro mil hectares de mata nativa onde vivem várias espécies de animais silvestres.

A invasão teve início por volta das 4h. Os sem-terra chegaram à fazenda invadida em cerca de 50 veículos, entre carros de passeio e caminhões. A operação foi uma demonstração de força e mobilização da organização denominada Famílias Unidas do Vale do Ivinhema (FUVI), criada em fevereiro deste ano e que reúne famílias de acampados e ligadas a Sindicatos de Trabalhadores Rurais.

A estimativa do Incra é que existe no estado cerca de 25 mil famílias acampadas em 47 dos 78 municípios. A advogada da Someco (empresa com sede em São Paulo), Maria Alice Satori, prestou queixa da invasão na polícia civil de Ivinhema e afirmou que nesta quarta-feira deve entrar na Justiça com ação de reintegração de posse da área.

Os acampados teriam invadido a propriedade para pressionar o Incra a acelerar o processo de reforma agrária na região sul do estado. A assessoria de comunicação do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária informou que ainda não recebeu a pauta de reivindicações da FUVI. Ainda de acordo com a assessoria, o total de invasores pode chegar a cinco mil pessoas. As famílias estão montando os barracos às margens de um lago dentro da fazenda Someco.

Segundo o Movimento Nacional dos Produtores (MNP), essa é a sexta propriedade invadida por sem-terra neste ano. A maioria das invasões foi coordenada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri). Das seis invasões, quatro são em Sidrolândia e em áreas adquiridas pelo Incra para assentamento de sem-terra. Nesse município, localizado a 65 quilômetros de Campo Grande, a ocupação das áreas foi autorizada pelo Instituto de Colonização e Reforma Agrária.

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