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Poucas vezes um guarda-chuva foi tão útil. Ontem, os fiéis que se aglomeraram diante do Cemitério Água Verde para a Missa de Finados, celebrada pelo arcebispo de Curitiba, dom Moacyr Vitti, e pelo padre Reginaldo Manzotti esperavam chuva, mas acabaram precisando se abrigar do sol forte que surgiu entre as nuvens. Isso até a hora da Comunhão, quando os primeiros pingos cairam e logo veio uma chuva forte: um pequeno teste para a fé das cerca de 30 mil pessoas, nos cálculos da organização do evento. Quem não foi embora terminou a missa sob mais sol forte e pôde cantar junto os sucessos de padre Reginaldo.

"Apesar da chuva, do feriadão, vimos aqui um admirável testemunho de fé", comentou dom Moacyr depois da missa. Ainda antes da bênção final, padre Reginaldo já brincava com o tempo instável e aproveitou para passar sua mensagem: "Num dia como hoje, percebemos que, como o sol está apenas escondido atrás das nuvens, Deus está presente mesmo quando a nossa vida parece nublada."

Devoção

O guarda-chuva protegeu Rosa Bitencourt tanto do sol quanto da chuva. "A gente veio preparada para tudo", disse, acrescentando que sempre tem o hábito de ir à missa no Dia de Finados, mas pela primeira vez assistia à missa pelos falecidos com o padre Reginaldo. O casal Marilene Soboleski e André Nogueira preferiu uma marquise. "Pena que daqui não dá para ver quase nada", lamentava. Marilene acompanha as missas do sacerdote pela televisão e, ontem, resolveu conferir ao vivo pela primeira vez.

Depois que a missa terminou, o padre Reginaldo permaneceu no palco montado sob uma tenda, animando os fiéis com a banda Evangelizar é Preciso – uma animação que, na sua opinião, não choca quem tem fé. "É claro que as pessoas sofrem com a ausência dos entes queridos, sentem saudade. Enquanto eu celebrava tinha sempre presente a minha mãe, falecida há cinco anos. Mas Jesus responde à morte de modo diferente: ela não é o término, é o encontro com a fonte da vida. Não é o dia de tristeza, mas o dia em que a Igreja nos diz ‘aguarde, nos reencontraremos’", comentou. Dom Moacyr também falou sobre o clima da celebração. "Hoje manifestamos nossa fé na ressurreição, em uma outra vida que vai além de nossa passagem pela terra, e nossa esperança para os que já se foram. Sabemos que Deus recompensa com a felicidade aqueles que tiveram uma vida digna", afirmou.

O arcebispo comentou também o fato de que, no calendário da Igreja, o Dia de Finados seja imediatamente seguinte à festa de Todos os Santos (que comemora todas as pessoas que estão no céu, mesmo as que não foram declaradas oficialmente santas pela Igreja). "Esta unidade no calendário entre os santos e falecidos mostra a comunhão que existe dentro da Igreja. Nós rezamos em honra daqueles que já estão no céu, rezamos e pedimos que eles rezem por nós, que ainda estamos nesse mundo, e hoje também nos lembramos das almas que estão no purgatório se purificando para estar eternamente com Deus", disse.

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