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"Hoje eu sou ladrão, artigo 157/As cachorra me amam/ Os playboy se derretem /Hoje eu sou ladrão, artigo 157/A policia bola um plano/ Sou herói, dos pivete", diz um trecho da letra do rap "Eu sou 157", tocada em som alto em um aparelho de telefone celular, motivou a abordagem de um rapaz que transitava em frente ao 11º Batalhão de Polícia Militar em Campo Mourão, no Centro-Oeste do estado.

Flávio Mendes, 20 anos, conhecido como "Meio Quilo" que, havia sido solto há vinte dias da cadeia pública de Barbosa Ferraz por disparo de arma de fogo, foi detido por porte ilegal de munição.

A detenção de "Meio Quilo", ocorreu de forma inusitada. Ele e um menor transitavam em uma moto em frente ao BPM ouvindo o som do grupo de rap Racionais. A redução de velocidade dos veículos que trafegam em frente ao batalhão possibilitou que policiais ouvissem as estrofes do rap composto pelo grupo paulistano Racionais MC`s. Durante a abordagem, os rapazes não portavam documentos e seguiram até uma residência, onde "Meio Quilo" estaria morando na cidade.

No local, foram localizados vários cartuchos intactos de pistola calibre 380. "Meio Quilo" recebeu voz de prisão e foi conduzido a delegacia de Campo Mourão. Ele não explicou os motivos que o levaram a ouvir a música em frente à unidade policial.

Apologia

O grupo Racionais MCs foi indiciado em 2002 por apologia ao crime após o lançamento do CD Nada como um Dia Após o Outro, que tinha entre suas faixas a letra do rap "Eu sou 157", em referência ao artigo do Código Penal que trata do crime tipificado como roubo. A letra descreve a vida de um assaltante.

Fundado em 1988 em Capão Redondo, na periferia da capital paulista, o grupo é conhecido por suas letras polêmicas que tratam a realidade da violência em comunidades de grandes cidades. Em 2007, durante a apresentação do grupo na Virada Cultural de São Paulo, fãs da banda entraram em confronto com os policiais transformando a região da Praça da Sé, em São Paulo, em cena de guerra. Policiais usaram bombas de gás e balas de borracha para reprimir centenas de pessoas que insultaram os policiais e lançaram garrafas contra a tropa de choque. Na época a PM paulistana disse que o incidente foi gerado por "incitação por parte do conjunto".

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