
Pouco menos de um terço das 701 cidades com prioridade para receber médicos cubanos serão contempladas nesta primeira etapa de distribuição. A lista dos 206 municípios e 13 distritos sanitários indígenas que contarão com os cerca de 400 profissionais caribenhos a partir da segunda quinzena deste mês foi divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. Nenhum dos cinco municípios paranaenses considerados prioritários Itambé, Jataizinho, Lapa, Mandirituba e Tunas do Paraná integra a relação.
INFOGRÁFICO: Confira qual será a distribuição dos 400 médicos cubanos
A maior parte dos cubanos foi direcionada para municípios do Norte e Nordeste 91% foram alocados nessas regiões. Segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a prioridade nessa fase foi atender as cidades que têm mais de 20% da população vivendo em situação de extrema pobreza ou que possuem Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) baixo ou muito baixo. Por esse critério, foram direcionados 207 médicos cubanos para o Nordeste; 157 para o Norte; 30 para o Sudeste e seis para o Sul. Nenhuma cidade do Centro-Oeste foi beneficiada.
Os seis profissionais direcionados para o Sul do país vão atender seis municípios do Rio Grande do Sul. De acordo com o Ministério da Saúde, mais uma turma de médicos cubanos deve chegar ao Brasil até o fim do ano e ser encaminhada aos outros 495 municípios prioritários não contemplados nessa primeira etapa.
Decepção
No início da semana passada, dos cinco municípios paranaenses entre as 701 cidades pré-selecionadas apenas a prefeitura da Lapa dava como certa a vinda de profissionais cubanos ainda em setembro. Agora, a prefeita Leila Klenk (PT) afirma que espera pela chegada desses médicos até dezembro.
Para ela, os cubanos podem ajudar a resolver um sério problema do município: o atendimento médico nas áreas rurais. "Nós estamos implorando por médicos. Até aumentamos o salário para R$ 14,8 mil para tentar atrair algum profissional, mas ocorre que, quem vem, não quer atuar no interior do município, apenas no centro", comenta.
A cidade tem mais de 2 mil quilômetros quadrados, uma área quase cinco vezes maior que Curitiba, por exemplo. Como muitas comunidades ficam longe do centro, as grandes distâncias dificultam o deslocamento e o atendimento de saúde.



