• Carregando...

Rio de Janeiro - A tranquilidade no rosto do goleiro Bruno após sua prisão na quarta-feira, sob a acusação de ter sequestrado e mandado matar sua ex-amante Eliza Samudio, impressionou a todos que estiveram com ele nas primeiras horas em que permaneceu na carceragem. Entre a chegada do goleiro à Divisão de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca, e o momento em que foi recolhido à carceragem, onde dormiu sobre o chão, sozinho, numa cela de cerca de 8 metros quadrados, Bruno pouco falou. "A impressão que eu tive é que ele não tem a menor noção do que é uma acusação por homicídio. Ele está aéreo, abobalhado, como se não tivesse percebendo o que o espera ou, então, não está acreditando que ficará preso", disse um policial da DH. Ele dormiu na mesma cela ocupada há 18 anos por Guilherme de Pádua, assassino da atriz Daniela Perez.

Acostumado ao assédio da imprensa, o ex-capitão do Fla­mengo não pareceu abalado com a repercussão do caso. "É assim mesmo." Calado, mas demonstrando "incrível tranquilidade", Bruno só mostrou interesse quando o policial lhe informou qual costuma ser a pena aplicada a condenados por homicídio.

"O quê, isso tudo?", espantou-se Bruno ao ouvir que um homicida pode ser condenado a até 30 anos de cadeia. O jogador pediu mais detalhes e o policial deu como exemplo o caso de um ex-PM que, no ano passado, foi condenado a 18 anos de prisão pela morte de um ganhador da Mega-Sena, no interior do Rio. O caso, de grande repercussão nacional, foi lembrado por Bruno: "Mas qual foi a pena dele? Dezoito anos?", insistiu o goleiro na pergunta, que foi respondida pelo seu advogado até aquele momento, Michel Assef: "Mas depois da condenação, existe a progressão de regime e a pena cai bastante", explicou o advogado, mais uma vez interrompido pela curiosidade de Bruno: "E este ex-PM pode ser solto quando?" Ao ouvir do policial que o ex-PM poderia ter de cumprir pelo menos 6 anos, Bruno abaixou a cabeça. O assunto na sala mudou para o futebol.

Copa no Brasil

Bruno fez as contas e falou na Copa de 2014. "Eu tinha chances de ser convocado na próxima... estava com o contrato do Milan nas mãos. Que chance eu vou perder", lamentou, completando: "Mas eu não tenho nada a ver com essa morte. Isso vai ser provado."

Por volta das 23h30, quando o jogador soube da chegada à delegacia do adolescente de 17 anos, testemunha-chave do caso até agora, disse: "Ele não é meu primo de sangue. É de consideração". Nesse momento, os policiais conversavam sobre as prisões ocorridas em Minas e Bruno também demonstrou interesse: "Quem foi preso lá?", perguntou. Ao ouvir os nomes dos amigos e funcionários, ele se mostrou surpreso. "Todos esses foram presos?". Ele não perguntou pela mulher, Dayanne Rodrigues, também presa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]