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Primeiros socorros

Na dúvida, só sinalize o acidente e chame o Siate

Com o aumento dos acidentes de trânsito, cada vez mais é preciso saber agir diante de uma pessoa ferida

Saiba como agir diante de um acidente |
Saiba como agir diante de um acidente (Foto: )

Cinquenta e nove mil pessoas foram vítimas de acidentes de trânsito no Paraná em 2008, média de 161 por dia. Segundo dados do Detran, as 44,8 mil colisões registradas nas estradas e vias urbanas no ano passado deixaram 577 mortos ou feridos a cada grupo de 100 mil paranaenses. Essas estatísticas têm aumentado ano após ano e se colocam como uma realidade tangível a pedestres e motoristas. A probabilidade de se deparar com um acidente tem sido cada vez maior. Mas será que todos estão preparados para ajudar as vítimas?

O curso de primeiros socorros, obrigatório para retirar a carteira de motorista, dá noções básicas de como proceder diante de um acidente. O mais importante, porém, é prestar atenção no que não deve ser feito. "Os socorristas estão o tempo todo se aperfeiçoando sobre como deve ser o atendimento. Quem tira a carteira de motorista e não tem mais contato com o curso de primeiros socorros, não está habilitado a mexer em uma pessoa acidentada", diz o coordenador regional do Siate de Curitiba, capitão Pedro Wagner Ogaki Malacrida.

Por essa razão, o curso do Detran destina-se a ensinar noções de perigo que envolvem um acidente, e não para formar médicos. "O erro mais comum dos motoristas é ver o acidente, sair correndo, estacionar de qualquer jeito para tentar ajudar. Ele esquece de sinalizar a pista e acaba sendo uma vítima também. O risco de atropelamentos nesses casos, principalmente em rodovias, é muito grande", afirma Malacrida.

Na tentativa de tentar ajudar os feridos, as pessoas se aglomeram em volta do acidente e prejudicam o trabalho do Corpo de Bombeiros, que tem dificuldades para chegar ao local. A coordenadora de Educação para o Trânsito do Detran-PR, Maria Helena Gusso Mattos, lembra que, nessas horas, é importante manter a calma e tentar ter o controle da situação. "O primeiro a chegar ao acidente, se estiver tranquilo, precisa cuidar de tudo, distribuir tarefas para os outros que chegam e evitar que os curiosos atrapalhem. Caso contrário, pode-se instaurar o verdadeiro caos", diz.

Enquanto uma pessoa mantém contato com as vítimas, outras podem jogar terra ou areia nos locais molhados com óleo, gasolina ou outro produto inflamável. É possível ainda melhorar a sinalização para evitar mais acidentes. E apenas isso. "Uma pessoa bem treinada conseguiria fazer tudo isso sozinha. Para ver se não há excesso de pessoas no local, é preciso que a própria pessoa perceba se não está correndo riscos de ficar ali parada", afirma Malacrida.

As medidas a serem adotadas também dependem da gravidade do acidente. Se um motociclista cai, levanta e sente dores na perna, por exemplo, pode ser socorrido e levado ao hospital imediatamente. Nos casos de acidentes sem vítimas e sem grandes danos, nas regiões mais movimentadas, é dever do condutor retirar o veículo da via, estacionar adequadamente e então chamar a viatura policial. "As pessoas ficam discutindo sobre o acidente e deixam o trânsito um verdadeiro caos. Se os danos forem apenas materiais e o carro não estiver com a estrutura abalada, é preciso retirá-lo imediatamente da via. O boletim de ocorrência, neste caso, não precisa ser feito necessariamente na rua. As pessoas podem ir à delegacia, inclusive com as testemunhas", explica o sargento Ronivaldo Brites, do setor de comunicação do Batalhão de Trânsito.

Confortar as vítimas feridas é uma medida que ameniza a dor, por isso especialistas sugerem aos ajudantes que mantenham uma conversa curta e que inspire confiança. Como o acidentado, mesmo consciente, não tem condições psicológicas de pedir socorro, é importante que as primeiras pessoas a terem contato parem e ajudem. A omissão é considerada crime sob pena de multa ou detenção de até um ano.

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