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"Como você sabe, na próxima terça-feira, 25 de maio, é o aniversário do Sean. Nós gostaríamos de falar com ele. Você pode permitir esse telefonema, por favor?", essa é a mensagem encaminhada pela avó do menino, Silvana Bianchi, ao pai, David Goldman, nos Estados Unidos, implorando para falar com o neto, Sean Goldman, que completa dez anos.

Sean foi entregue ao pai americano depois de uma luta judicial no Brasil por sua guarda. O pai biológico iniciou a briga com a família brasileira depois que a mãe de Sean, a estilista Bruna Bianchi, morreu após o parto de sua segunda filha.

Nesta segunda-feira (24), o advogado da família, Carlos Nicodemos, soube que foi acolhido o pedido feito ao governo federal que faça gestões diplomáticas junto ao governo americano para que os avós tenham permissão para ver o neto. O pedido foi encaminhado à Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, que faz parte da estrutura do Ministério da Justiça.

"Nosso pedido é por uma intervenção entre a Autoridade Central brasileira e americana para que os avós conquistem esse direito. Agora, trabalhamos no campo diplomático navegando pela Convenção de Haia", explica o advogado.

A Autoridade Central, ligada à SEDH, é responsável pelo controle das adoções internacionais, além de analisar e acompanhar outros processos envolvendo crianças e adolescentes em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Interpol e a Justiça Federal com autoridades correspondentes em outros países.

O órgão defende a aplicação da Convenção de Haia e a Convenção sobre Restituição de Menores no Brasil. O Brasil é um dos signatários da Convenção de Haia, cujo tratado internacional estabelece a rapidez dos trâmites administrativos e judiciais para assegurar o bem estar de crianças e adolescentes.

"Estou há cinco meses sem poder ver meu neto e há dois sem notícias. Ele está completamente blindado. Já mandei 13 cartas, tentei e-mails, telefonemas e foi tudo em vão. Espero que pelo menos amanhã, que é o primeiro aniversário em que ele ficará longe da gente, depois de 10 anos de convivência, o pai permita que o Sean fale com os avós por telefone", implora Silvana.

Em abril, a Justiça de Nova Jersey (EUA) negou um pedido da família para encontrar o garoto. Depois da morte da mãe do menino, Bruna Bianchi Lins e Silva, em 2008, o padrasto João Paulo Lins e Silva chegou a conseguir a guarda, mas em dezembro de 2009 o Supremo Tribunal Federal brasileiro determinou que Sean fosse entregue ao pai e levado para os Estados Unidos.

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